O lançamento do Threads: O que isso significa para o futuro do Twitter

Luiz Antônio
Luiz Antônio
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Novo aplicativo da Meta, empresa controladora do Facebook e Instagram, atrai milhões de usuários em poucas horas.

O CEO da Meta, Mark Zuckerberg, anunciou que o Threads, novo aplicativo desenvolvido pela empresa, já conta com 10 milhões de usuários inscritos nas primeiras sete horas após o lançamento. O aplicativo parece ser bastante semelhante ao Twitter, com limite de caracteres, repostagem e feed familiar.

A grande adesão ao Threads se deve, em parte, à sua conexão com o Instagram. Ao se inscrever no aplicativo, os usuários têm a opção de “seguir todos” aqueles que já seguem no Instagram, o que gera uma lista pronta de seguidores que pode crescer à medida que os seguidores do Instagram também se inscrevem no Threads.

Essa estratégia inteligente de Zuckerberg mostra como as grandes empresas de tecnologia têm uma vantagem significativa sobre as menores. A Meta não está começando do zero, mas sim aproveitando a base de mais de 1 bilhão de seguidores do Instagram para impulsionar o sucesso do Threads.

Embora plataformas menores, como Bluesky e Mastodon, não tivessem essa mesma vantagem, começando sem usuários, Zuckerberg não se preocupa com a questão da “justiça”. Ele já copiou com sucesso outros aplicativos anteriormente, como o Reels, clone do TikTok, e está repetindo o feito novamente.

Além disso, Zuckerberg aproveitou o poder de influência das celebridades para promover o Threads, convencendo nomes como Shakira e Gordon Ramsay a se inscreverem no aplicativo por meio do Instagram.

O entusiasmo de Zuckerberg em relação ao aplicativo é evidente. O sucesso de uma plataforma de mídia social depende do chamado “efeito de rede”, ou seja, quanto mais pessoas a utilizarem, melhor será. Criar esse efeito de rede é extremamente difícil, mas quando funciona, funciona muito bem.

Por outro lado, quando as comunidades deixam uma plataforma de mídia social, elas podem fazê-lo rapidamente, o que pode ser devastador. Exemplos disso são o Myspace e o Bebo.

No entanto, o Threads apresenta algumas questões. Por enquanto, possui apenas um feed, ao contrário do Twitter, que possui um feed de recomendações e uma opção para ver apenas os tweets das pessoas que você segue. Além disso, o aplicativo não funciona bem em computadores e não tem recursos como “trending topics” ou mensagens diretas.

Embora o Threads já tenha atraído muitos usuários e gerado um buzz significativo, ainda está muito aquém do tamanho do Twitter. As postagens provavelmente não terão um grande alcance ou serão vistas por tantas pessoas quanto no Twitter.

Zuckerberg descreveu o aplicativo como uma “versão inicial” e, de fato, essa é a primeira impressão que temos dele. Ele faz o básico, mas não desperta muitas emoções no momento.

No entanto, o CEO da Meta está ficando impressionado com o que aconteceu até agora. Levando em consideração os anos de má reputação que a empresa teve recentemente, Zuckerberg está se reinventando como uma figura sensata e amigável no mundo da tecnologia, desejando criar uma plataforma de mídia social acolhedora.

Essa transformação aparentemente irritou Elon Musk, proprietário do Twitter, que ironicamente twittou: “Graças a Deus eles são administrados com tanta sanidade” na segunda-feira (3/7).

Apesar disso, se Zuckerberg estava preocupado com a possibilidade de usuários insatisfeitos do Twitter rejeitarem o novo aplicativo da Meta, até o momento, parece que esses temores eram infundados.

E se esse for o caso, com um aplicativo que funciona perfeitamente bem, mesmo que não seja espetacular, isso pode representar um problema real para Musk.

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