Ministro Gilmar Mendes compartilha preocupações sobre o extremismo político no Brasil

Brenno Ramos
Tempo de Leitura 3 min

Gilmar Mendes, decano do Supremo Tribunal Federal (STF), expressou preocupações sobre o extremismo político e as possíveis consequências dos atos ocorridos em 8 de janeiro. Segundo o ministro, se esses eventos tivessem acontecido durante o governo Bolsonaro, o país poderia ter enfrentado uma decretação de Garantia da Lei e da Ordem (GLO), com consequências imprevisíveis.

A GLO é acionada quando as forças de segurança tradicionais não conseguem lidar com uma situação de instabilidade e os militares são convocados para intervir. Essa opção foi considerada após o quebra-quebra promovido por apoiadores de Jair Bolsonaro, mas foi descartada pelo presidente Lula, que não considerou seguro investir tanto poder nos militares, notoriamente simpáticos ao bolsonarismo.

Diferentemente de membros do governo, Gilmar Mendes não acredita que os eventos de 8 de janeiro tenham sido uma tentativa de golpe de Estado.

No entanto, ele reconhece que diferentes momentos ao longo do governo Bolsonaro, como as comemorações do Sete de Setembro de 2021, mostraram indícios de que uma sublevação estava presente no imaginário dos apoiadores do ex-presidente. O ministro vê esses eventos como a confirmação de seus pressentimentos e uma ameaça às instituições.

Mendes destaca que ainda há muitas perguntas sem resposta sobre o vandalismo ocorrido no dia 8 de janeiro e que as responsabilidades precisam ser apuradas.

Até o momento, mais de 1.200 pessoas foram denunciadas por participação nos atos e cerca de 250 estão detidas. O ministro menciona que o governo Bolsonaro teve influência no fortalecimento da polícia e na falta de ordem policial. Ele ressalta as coincidências de ação e omissão por parte das autoridades no Distrito Federal naquele dia, apontando para uma possível conivência.

O ministro Gilmar Mendes não acreditava e continua não acreditando que houvesse condições para um golpe de Estado em 8 de janeiro.

Ele expressa alívio por esses eventos terem ocorrido após o fim do governo Bolsonaro, pois acredita que, se fosse antes, provavelmente teríamos a decretação da GLO e consequências desconhecidas. Em suas palavras, “dos males, o menor”.

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