Na próxima quarta-feira (2), o Comitê de Política Monetária do Banco Central, o Copom, anunciará o corte da taxa de juros (Selic) com expectativas de redução de 0,25 ponto percentual ou 0,5. Atualmente em 13,75%, a taxa deve sofrer ajustes conforme as análises do mercado financeiro, de acordo com informações do portal InfoMoney.
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, também espera que o Copom adote esse corte, durante a quinta reunião do ano. Em entrevista ao jornalista Luis Nassif, do Portal GGN, no sábado (29), Haddad explicou que, na prática, o impacto econômico será pouco significativo, mas considera a medida importante como sinalização para a sociedade.
O ministro argumentou que o atual cenário possibilita a harmonização da política monetária com a política fiscal, abrindo caminho para um ciclo de crescimento sustentável no país. Ressaltou que a inflação deste ano foi afetada pela reoneração dos combustíveis, que distorceu os índices inflacionários do ano passado, sendo reduzida artificialmente para fins eleitorais.
Enquanto o mercado aguarda a decisão do Copom, a supervisora técnica do Dieese na Bahia, Ana Georgina Dias, destaca que o atual nível de juros compromete cerca de R$ 600 bilhões do orçamento do governo apenas para pagamento dos juros da dívida. Ela considera que a queda da Selic seria uma sinalização importante, mesmo que o corte seja de 0,25 ou 0,5, pois os impactos práticos serão limitados.
Em meio a esse contexto, os trabalhadores têm se mobilizado desde a última sexta-feira (28) para pressionar o Copom a cortar os juros. A campanha ‘Mutirão Contra os Juros’ envolve atos, protestos e ações organizados pelos Comitês de Luta de diversas entidades, como CUT, sindicatos e movimentos populares, integrando as Frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo, além de partidos políticos como o PT.
O presidente da CUT, Sérgio Nobre, é um crítico contundente da atual política de juros do Banco Central e defende a redução para impulsionar a produção de alimentos. Ele enfatiza que a alta taxa de juros prejudica a todos, impactando o governo, os empresários e as famílias brasileiras, que ficam mais endividadas. Sérgio Nobre argumenta que o dinheiro destinado aos juros poderia ser investido em áreas essenciais, como saúde e educação.
Assim, a expectativa para a próxima reunião do Copom e a mobilização dos trabalhadores mostram-se como pontos cruciais em meio aos desafios econômicos enfrentados pelo país.