O impacto dos smartphones na saúde mental: Dicas para um uso equilibrado

Ana Priscila
Tempo de Leitura 5 min

Os smartphones estão se tornando cada vez mais importantes nas atividades cotidianas. Graças a esses aparelhos, é possível se comunicar com amigos distantes, pedir comida sem sair de casa e armazenar milhares de fotos e vídeos em um único dispositivo. Não podemos negar suas facilidades. No entanto, o problema surge quando o uso é excessivo, o que pode acarretar graves consequências à saúde mental, como ansiedade e depressão.

Segundo Felipe Botelho, psicólogo do Grupo de Dependências Tecnológicas do Hospital das Clínicas da USP, a sobrecarga física e mental causada pelo uso desequilibrado do smartphone pode afetar a vida offline. “As pessoas sentem uma necessidade constante de checar o celular e as redes sociais”, explica.

Ele afirma que isso ocorre porque as pessoas acham que estar conectadas é a forma de estarem “bem informadas”. “Quando ficam desconectadas da internet, mesmo que por poucos minutos, o medo de terem perdido algo as mantém sempre imersas, de uma forma difícil de sair”, alerta. No entanto, existem maneiras de estabelecer uma relação saudável com o smartphone. Veja algumas recomendações.

Reconheça seus comportamentos “Reconhecer é o primeiro passo”, explica Botelho. É importante observar como nos relacionamos com os smartphones e tentar identificar se essa relação está desequilibrada. Verificar a quantidade de horas dedicadas às redes sociais, a dificuldade em deixar o celular de lado e em quais momentos o uso do aparelho é mais intenso são caminhos para essa avaliação.

O psicólogo sugere que todas as pessoas que usam o aparelho podem fazer essa análise de comportamento, não apenas aquelas que o utilizam em excesso. “Reconhecer é importante tanto para quem faz uso excessivo, como para quem busca um uso mais saudável”, diz.

Estabeleça limites para o uso Se identificar o excesso, tente definir momentos específicos para usar e não usar o aparelho. Felipe Botelho enfatiza que esse limite deve ocorrer nos momentos de lazer, já que muitas pessoas dependem dos smartphones para atividades de trabalho e estudo. “Definir um período para ficar longe do celular durante o horário de trabalho pode ser complicado, mas nos momentos livres é um caminho que pode funcionar”, afirma.

  • Desapegue do aparelho

A recomendação do especialista é começar deixando o celular em outro cômodo e observar como você reage ao estar distante dele. Entender que o celular não precisa estar sempre ao alcance das mãos é fundamental para um uso mais saudável.

  • Busque outras alternativas

Em momentos de tédio, muitas vezes recorremos ao smartphone. No entanto, encontrar outras atividades para esses momentos pode ajudar. “É importante avaliar o que você gosta de fazer sem o celular”, sugere. A prática de meditação ou atividades físicas, especialmente aquelas que exigem foco total, como natação e tênis, são algumas opções para substituir os momentos de tédio. “Essas atividades exigem que a pessoa fique longe da tecnologia.”

  • Desative as notificações

“As notificações geram ansiedade”, avalia Botelho. Desativar as notificações é uma forma de reduzir os estímulos ao uso constante do smartphone. Além disso, essa técnica também pode ajudar a controlar o hábito de verificar o celular sem motivo aparente.

  • Entenda que nem tudo é urgente

O fácil acesso ao celular nos faz acreditar que tudo é urgente, mas Botelho faz um alerta. “Nem tudo precisa ser sabido em tempo real”, diz. Portanto, é fundamental reconhecer que nem toda mensagem precisa ser respondida instantaneamente, mesmo que o celular desperte esse impulso.

  • Experimente outros dispositivos

Optar por usar o computador, por exemplo, em vez do celular, pode ser uma prática saudável. Ou então, assistir a um filme na televisão. Felipe Botelho explica que essas mídias são consideradas passivas, pois não exigem interações diretas, como o smartphone. Essa substituição facilita delimitar o tempo e os momentos de uso e reduz a quantidade de interações com a tecnologia.

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