A 35ª Edição da Bienal de São Paulo, com o tema “Coreografias do Impossível”, será realizada na capital paulista entre 6 de setembro e 10 de dezembro deste ano. Com a participação de 120 artistas e uma curadoria coletiva, o evento pretende abraçar o enigma, a poesia e o movimento, desafiando o tempo linear e discutindo as urgências do mundo atual. Diferente das edições anteriores, a Bienal deste ano não terá divisão por temas nem cronologia.
Os curadores da Bienal, Manuel Borja-Villel, Diane Lima, Grada Kilomba e Hélio Menezes, buscam reunir artistas de diferentes trajetórias e origens, enfatizando a pluralidade e a coletividade. O conceito de “coreógrafos do impossível” foi utilizado para descrever os artistas selecionados, cujas obras convidam o público a pensar e imaginar soluções para contextos impossíveis, enfrentando os desafios políticos, sociais, econômicos e ambientais vividos nos últimos anos.
Em meio ao impacto da pandemia de COVID-19 e um governo de extrema-direita que extinguiu o Ministério da Cultura, a Bienal pretende criar um espaço para refletir sobre projetos de justiça, liberdade e igualdade que parecem inalcançáveis. O objetivo é promover um diálogo entre as obras e o público, levando-o a atravessar os limites e contornos do espaço expositivo, escapando das impossibilidades do mundo contemporâneo.
O projeto arquitetônico e expográfico, desenvolvido pelo escritório Vão, enfatiza o movimento e o bailado contra as impossibilidades, propondo um novo fluxo para o visitante, que se torna protagonista do processo. O vão central do Pavilhão Ciccillo Matarazzo será totalmente fechado, permitindo diferentes trajetórias dentro da exposição.
Além das obras expostas, a Bienal também promoverá outras formas de diálogos com o público, incluindo mesas, performances e ativações de obras, durante todo o evento. Destaca-se também a participação da Cozinha da Ocupação 9 de Julho, que fornecerá comida de Agricultura Familiar, ressaltando uma maneira responsável e sustentável de produção alimentar.
A Bienal de São Paulo, gratuita e em constante preparação, promete ser um espaço poético e enigmático, desafiando o impossível e convidando a todos para refletir sobre as complexidades do mundo contemporâneo.