Bibi Babydoll: A voz do funk brasileiro que conquistou a Ucrânia

Luiz Antônio
Tempo de Leitura 3 min

A cantora de funk Bibi Babydoll é atualmente a voz por trás da música mais ouvida na Ucrânia.

Em meio aos horrores de uma guerra que já dura cerca de um ano e meio, os ucranianos estão encantados pela música “Automotivo Bibi Fogosa”, com uma letra ousada, que conquistou o topo das paradas do Spotify ucraniano, com incríveis 10 milhões de audições.

Bibi também alcançou a 4ª posição no Spotify de dois países: Bielorrússia e Cazaquistão. Além disso, sua faixa ocupa o primeiro lugar na playlist global de faixas virais da plataforma (as que ganham mais audições rapidamente).

A brasileira conseguiu superar nomes como a cantora irlandesa Sinéad O’Connor, que faleceu esta semana. Esse feito confirma uma tendência: o funk brasileiro está conquistando cada vez mais espaço nas pistas internacionais.

A funkeira Bibi Babydoll, cujo nome verdadeiro é Beatriz, tem 24 anos e ganhou destaque em sua carreira ao lançar, em 2021, a música “Pirigótika”.

Ela produz um som que é comumente reconhecido aqui no Brasil como funk automotivo, com batidas mais retas e pesadas, tocadas em sistemas de som de carros. Esse estilo também é próximo do rótulo “Brazilian Phonk”, que mistura o funk com a música eletrônica de pista e está se espalhando pelo mundo, especialmente no leste europeu.

O “Brazilian Phonk” ganhou popularidade no TikTok e a definição desse gênero é controversa. Algumas pessoas acreditam que ele é apenas o funk tocado nos bailes brasileiros, com um rótulo “gourmet” para ser vendido no exterior. Outros veem um som particular, misturando o funk mandelão dos bailes de rua com o phonk, subgênero do rap americano (daí o nome Brazilian Phonk).

O fato é que, nessa onda de sucesso do Brazilian Phonk no leste europeu e na busca por esse funk pesado e saturado, próximo da música eletrônica de pista, a faixa “Automotivo Bibi Fogosa” conquistou a Ucrânia de forma arrebatadora.

Além disso, nesta semana, outro artista do funk ganhou destaque no exterior. O DJ K, de 22 anos, nascido em Diadema, lançou recentemente o álbum “Pânico no Submundo”, que foi tema de críticas em duas conceituadas publicações estrangeiras sobre música.

DJ K é um dos pioneiros do funk bruxaria e, segundo o site americano Pitchfork, maior referência de avaliação de álbuns na música pop contemporânea, seu álbum é uma verdadeira “sinfonia metálica”.

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