Nesta terça-feira, celebra-se o Dia Internacional do Gato e, para comemorar esse querido animal, o Tendo em Vista apresenta uma verdade: gatos não são mais propensos a transmitir doenças parasitárias do que outros animais de estimação. Muitas pessoas podem erroneamente culpar os gatos por verminoses transmitidas aos humanos, como a larva migrans. No entanto, essas e algumas outras doenças são transmitidas por animais que não foram devidamente vermifugados, sejam eles cães ou gatos.
Ambos os animais podem carregar doenças que também podem afetar os seres humanos, mas a frequência e a gravidade das doenças podem variar dependendo de diversos fatores.
A larva migrans, frequentemente associada à transmissão por gatos, é uma infecção causada por parasitas intestinais encontrados tanto em cães quanto em gatos. A transmissão para seres humanos não ocorre diretamente dos animais de estimação, mas sim através das fezes de cães ou gatos infectados. O ciclo de transmissão se inicia quando as fezes contendo ovos do parasita são depositadas no solo ou na areia. Os ovos se desenvolvem em larvas que podem penetrar a pele humana em locais contaminados, como praias, parques ou jardins onde animais infectados tenham defecado. Gatos e cães atuam como hospedeiros intermediários, mas não transmitem diretamente a larva migrans para as pessoas.
Cães e gatos possuem diferentes interações com seres humanos e o ambiente. Por exemplo, os cães têm maior probabilidade de entrar em contato com o ambiente externo, outros animais e diferentes tipos de parasitas, como pulgas e carrapatos, aumentando, assim, o risco de transmissão de algumas doenças. Por outro lado, gatos, especialmente aqueles que vivem em ambientes fechados, têm menor exposição ao ambiente externo, reduzindo o risco de transmissão de certas doenças.
Além disso, o estilo de vida dos animais de estimação e as práticas de cuidados também desempenham um papel importante na transmissão de doenças. Animais que recebem cuidados veterinários regulares, são mantidos em ambientes limpos e saudáveis, possuem uma dieta adequada e são desparasitados de forma apropriada têm menor probabilidade de transmitir doenças.
Aqui estão algumas doenças parasitárias que podem ser transmitidas tanto por gatos quanto por cães que não estão devidamente vermifugados e sob acompanhamento veterinário:
- Giardíase: Causada pelo protozoário Giardia, a transmissão ocorre pela ingestão de água ou alimentos contaminados com cistos do parasita presentes nas fezes de cães e gatos.
- Ancilostomíase (Larva migrans cutânea): Transmitida pelas larvas de alguns parasitas intestinais de cães e gatos, que penetram a pele humana em áreas contaminadas.
- Dipilidiose: Infecção parasitária causada pela tênia Dipylidium caninum, comum em cães e gatos. A transmissão ocorre principalmente pela ingestão de pulgas ou piolhos infectados pelo estágio larval da tênia. Embora os sintomas em animais geralmente sejam leves, o tratamento é essencial para evitar a reinfestação e a transmissão para humanos.
- Ancylostoma caninum e Ancylostoma braziliense: Outros tipos de ancilostomídeos presentes em cães e gatos que também podem causar larva migrans cutânea em seres humanos.
- Larva migrans visceral: Causada pela ingestão de ovos do verme Toxocara canis ou Toxocara cati, presentes nas fezes de cães e gatos.
Apenas uma doença parasitária é transmitida exclusivamente por gatos, a toxoplasmose. Eles são os hospedeiros definitivos do parasita, o que significa que é neles que o Toxoplasma gondii completa seu ciclo reprodutivo. A transmissão ocorre através da exposição a oocistos nas fezes de gatos infectados ou pela ingestão de carne crua ou mal cozida contaminada.
Da mesma forma que os felinos possuem uma doença parasitária exclusiva, os caninos também têm a deles. A dirofilariose, também conhecida como “verme do coração” ou “verme pulmonar”, é uma doença parasitária transmitida exclusivamente por cães. Causada pelo parasita Dirofilaria immitis, a transmissão ocorre através da picada de mosquitos infectados, que atuam como vetores do parasita. Os vermes adultos residem nos vasos sanguíneos do coração e dos pulmões dos cães, podendo causar graves problemas cardiovasculares e respiratórios. A doença pode ser fatal se não for diagnosticada e tratada a tempo. A prevenção é crucial, envolvendo o uso de medicamentos preventivos e o controle de mosquitos no ambiente, para proteger a saúde dos cães e evitar a disseminação do parasita.
Gatos e cães devem passar por vermifugação a cada três meses ou conforme a orientação do médico veterinário.
É importante lembrar que o risco de transmissão de doenças de animais para seres humanos pode ser reduzido por meio de medidas preventivas, como:
- Levar regularmente os animais ao veterinário para exames e vacinações.
- Manter o ambiente limpo, especialmente em áreas onde os animais vivem.
- Controlar parasitas em cães e gatos, como pulgas e carrapatos.
- Evitar contato com fezes de animais desconhecidos ou doentes.
- Cozinhar completamente a carne antes de alimentar os animais de estimação.