Silvinei Vasques, antigo Diretor-Geral da PRF, preso em investigação por interferência nas eleições

Ana Priscila
Tempo de Leitura 3 min

Hoje, quarta-feira (9), em Florianópolis, Santa Catarina, a Polícia Federal (PF) deteve Silvinei Vasques, ex-diretor-geral da Polícia Rodoviária Federal (PRF), em uma investigação ligada à interferência no segundo turno das eleições presidenciais de 2022. Na época, ele liderava a corporação.

A prisão de Vasques ocorreu no âmbito da Operação Constituição Cidadã, que também cumpriu 10 mandados de busca e apreensão contra agentes da PRF que colaboraram com Vasques. As ações abrangeram Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Distrito Federal e Rio Grande do Norte. As ordens judiciais foram emitidas pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).

Além de Silvinei, outros alvos da operação são o ex-corregedor-geral da PRF, Wendel Matos; o ex-diretor de Operações, Djairlon Moura; e o ex-diretor de Inteligência da PRF, cujo nome ainda não foi divulgado.

A investigação trata de supostos crimes de prevaricação e violência política, com base no Código Penal Brasileiro e no Código Eleitoral Brasileiro. O foco está na atuação da PRF no transporte de eleitores durante o segundo turno das eleições, quando a corporação conduziu mais de 500 operações em estradas por todo o país. Essas operações foram interrompidas por ordem da Justiça Eleitoral.

No dia da votação, foram relatadas dificuldades enfrentadas por eleitores para chegarem aos locais de votação devido às operações da PRF. As investigações apontam para a possibilidade de que membros da Polícia Rodoviária Federal tenham mobilizado recursos para dificultar o trânsito de eleitores em 30 de outubro de 2022.

Silvinei Vasques é um veterano da PRF, ingressando na instituição em 1995. Ele ocupou diversos cargos de gerência e liderança, incluindo superintendente nos estados de Santa Catarina e Rio de Janeiro, além de coordenador-geral de Operações. Nomeado diretor-geral da PRF em abril de 2021, durante o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro, Vasques se tornou réu por improbidade administrativa em novembro de 2022 e foi dispensado do cargo e aposentado voluntariamente em dezembro do mesmo ano.

Vasques também prestou depoimento perante a Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) em janeiro, negando as acusações de interferência nas eleições e rejeitando qualquer irregularidade nas operações da PRF.

As investigações e procedimentos legais em curso visam esclarecer as alegadas interferências políticas e supostas irregularidades ocorridas durante o processo eleitoral.

Compartilhe este artigo
Deixe seu comentário

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *