O propósito é conscientizar a população sobre esse grave desafio de saúde ambiental, que também afeta a fauna e a flora.
Um dado alarmante emerge em paralelo ao aumento da circulação de veículos, à produção industrial, à urbanização, às queimadas e a outros fatores que têm um impacto direto na qualidade do ar: anualmente, em média, sete milhões de pessoas em todo o mundo perdem a vida devido à poluição atmosférica, de acordo com um estudo da Organização Mundial da Saúde (OMS).
Quando se considera somente a queima de combustíveis fósseis, como a gasolina, na cidade de São Paulo, onde mais de seis milhões de carros estão em circulação gerando poluição (dados do IBGE de 2022), estima-se que uma pessoa que percorra 20 km por dia em um carro a gasolina emita 1,87 toneladas de dióxido de carbono (CO2) por ano, o principal gás responsável pelo efeito estufa.
De forma geral, as principais substâncias poluentes presentes no ar da cidade incluem material particulado (MP10), dióxido de enxofre (SO2), monóxido de carbono (CO), dióxido de nitrogênio (NO2), ozônio (O3) e outras, conforme dados da Divisão de Vigilância em Saúde Ambiental (Dvisam) da Coordenadoria de Vigilância em Saúde (Covisa).
Os poluentes atmosféricos podem causar sintomas como tosse seca, fadiga e agravar condições de doenças respiratórias, dependendo das concentrações no ambiente. Essas condições podem se agravar ainda mais em períodos de clima seco e baixa umidade relativa do ar, especialmente no inverno.
Quando a qualidade do ar é considerada moderada, grupos sensíveis (crianças, idosos e pessoas com doenças respiratórias e cardíacas) podem apresentar sintomas como tosse seca e fadiga. A população em geral pode experimentar ardor nos olhos, nariz e garganta, além de tosse seca e cansaço, em situações de má qualidade do ar. Se a qualidade for classificada como péssima, ocorrerá o agravamento de sintomas respiratórios e de doenças pulmonares e cardiovasculares.
De acordo com os dados do boletim Vigiar (Programa de Vigilância em Saúde Ambiental Relacionado a Populações Expostas à Poluição do Ar do Município de São Paulo), entre 30 de abril e 3 de junho de 2023, foram registrados 1.858 atendimentos de crianças nas Unidades Sentinela. Nesse período, observou-se, por exemplo, na Coordenadoria Regional de Saúde Sul (CRS Sul), uma maior demanda por atendimento de crianças que vivem a uma distância igual ou inferior a 100 metros de vias com grande circulação de veículos, o que pode indicar uma relação entre a poluição proveniente do tráfego automóvel e a ocorrência de sintomas respiratórios.
No caso de problemas respiratórios, é fundamental buscar a UBS mais próxima para receber atendimento.
Quanto aos cuidados diários, considere as seguintes recomendações:
- Umidifique o ambiente com vaporizadores, toalhas molhadas, recipientes com água, irrigação de jardins etc.;
- Sempre que possível, permaneça em áreas protegidas do sol e cercadas por vegetação;
- Mantenha-se hidratado, consumindo água regularmente;
- Use soro fisiológico nos olhos e narinas;
- Evite atividades físicas e trabalhos ao ar livre entre as 10h e as 16h.