Bem-estar sexual: Mais do que sex toys, uma jornada de autoconhecimento

Luiz Antônio
Tempo de Leitura 4 min

Se ao pensar em bem-estar sexual, a primeira imagem que vem à mente são os sex toys, é hora de ampliar essa visão. A Organização Mundial da Saúde (OMS) define a saúde sexual como um estado de bem-estar físico, emocional, mental e social em relação à sexualidade, indo além da ausência de doenças. Este é um tema que requer abordagem positiva e respeitosa.

A sexóloga e fisioterapeuta pélvica, Giovanna Fornasari, ressalta que o bem-estar sexual está relacionado ao autoconhecimento. Explorar o próprio corpo, compreender o que proporciona prazer, saber estimulá-lo e descobrir os próprios desejos são partes essenciais.

Estar bem consigo mesma é um aspecto fundamental. Isso envolve cuidar da sexualidade, pensar sobre o sexo, exercitar essa área da vida e permitir o desejo responsivo, que é quando a excitação ocorre após um estímulo, seja do parceiro ou da própria pessoa.

Para iniciar a busca pelo bem-estar sexual, a sexóloga e psicóloga Laryssa Justo sugere pequenos passos. Começa internamente com a exploração de fantasias sexuais. Muitas vezes, a dificuldade reside em pensar sobre sexo, o que é considerado estranho por algumas pessoas.

Essa dica é relevante também para casais. Os parceiros podem estar juntos, mas pensando em fantasias diferentes. A conexão sexual envolve estar juntos, mesmo que cada um esteja em sua fantasia ou mundo particular. Isso não significa necessariamente realizá-las, mas sim imaginá-las.

Enquanto isso, explorar o próprio corpo com os dedos, entender as zonas erógenas (partes do corpo que proporcionam mais prazer), limites e gradualmente incorporar elementos interessantes é uma sugestão.

Giovanna Fornasari destaca que algumas mulheres podem ter vaginismo, uma condição em que o canal vaginal é contraído, dificultando a inserção de qualquer objeto. Portanto, começar imediatamente com um vibrador ou objeto similar pode gerar ansiedade e não resultar em uma experiência prazerosa.

Para quem já está familiarizado com produtos eróticos, é importante escolher materiais e ingredientes de cosméticos com cuidado. Natali Gutierrez e seu marido, Renan de Paula, proprietários de uma loja virtual de produtos eróticos, recomendam começar com itens sutis e observar os resultados das experiências. Itens como lubrificantes ou óleos de massagem podem ser uma introdução gradual.

Outro caminho envolve acessórios, como algemas. A escolha deve sempre respeitar os limites e consentimento da parceira ou parceiro. Para introduzir brinquedos eróticos no contexto do bem-estar, Natali recomenda começar com vibradores menores, como os modelos bullet (pequenas cápsulas vibratórias semelhantes a um dedo). Ela destaca a importância do diálogo e da educação sexual como base.

Os benefícios do bem-estar sexual vão além do prazer físico. Autoconhecimento, humor, autoestima, ser autêntico e segurança são vantagens essenciais. Laryssa Justo enfatiza que muitos problemas sexuais estão ligados a crenças limitantes aprendidas na infância. Superar essas crenças não apenas afeta a sexualidade, mas também as relações interpessoais.

O mercado de produtos eróticos está em crescimento. Enquanto em 2016, uma pesquisa mostrou que 40% das mulheres não se masturbavam, um estudo de 2022 revelou que 87% das mulheres têm ou planejam comprar um vibrador. Durante a pandemia, o setor teve um aumento de 12% em relação ao ano anterior.

A análise de dados projeta um crescimento de 6,7% no mercado global de bem-estar sexual entre 2022 e 2028. A conscientização sobre o próprio corpo e o prazer pode levar a uma vida sexual mais saudável e satisfatória, mas é essencial lembrar dos cuidados recomendados por profissionais médicos para garantir a saúde e o bem-estar.

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