Recentemente, a apresentadora Xuxa Meneghel se tornou sócia de uma cadeia de fast-food que oferece opções veganas. Ela adquiriu 6% das ações da empresa chamada Bloom, que possui uma unidade no Shopping JK, em São Paulo, e está apostando em um modelo de franquias.
A oportunidade surgiu quando Paulo Morais, um dos fundadores da Espaçolaser, recebeu uma ligação de Xuxa, que era a garota-propaganda icônica da marca Espaçolaser. No entanto, a conversa não girou em torno da rede de depilação a laser, na qual Xuxa também é investidora, mas sim sobre a possibilidade de ambos investirem em uma nova empresa, onde Xuxa cederia sua imagem em troca de participação acionária, como fazia com a Espaçolaser.
A nova empreitada é um fast-food que oferece opções de comida vegana, o que se alinha ao compromisso de Xuxa com o veganismo desde 2018. Ela buscava há algum tempo uma marca que pudesse apoiar e que estivesse alinhada com sua defesa pelos direitos dos animais. No entanto, ela pediu a Morais para avaliar o potencial do investimento antes de se comprometer. “Eu só vou se você for”, disse Xuxa a Morais, mostrando seu interesse em trabalharem juntos nesse empreendimento.
Morais decidiu visitar pessoalmente uma das unidades da Bloom, localizada no Shopping JK Iguatemi, para avaliar a oportunidade. A Bloom, que se autodenomina como “fast good”, foi fundada no ano anterior por Fabio Munno, ex-executivo da Nestlé, e Thiago Jaffet. Morais ficou impressionado com o que viu e enxergou o potencial de expandir a marca por meio de um modelo de franquias.
A entrada de Morais não foi a única condição estipulada por Xuxa. Ela também solicitou que a marca mudasse seu nome para incluir um “X” na frente, resultando na nova denominação “XBloom”. Xuxa justificou que o “X” também remete a algo relacionado a sanduíches. Embora a ideia tenha sido aceita pelos sócios, levará um tempo até que as embalagens e o logotipo sejam oficialmente alterados.
Com sua parceria na Bloom, Xuxa visa conscientizar os brasileiros sobre o veganismo, não com o objetivo de convertê-los, mas de encorajar uma parcela da população a reduzir o consumo de carne e produtos lácteos. Ela acredita que, ao começar por pequenas ações em nosso próprio cotidiano, podemos contribuir para a mudança. Esta é a terceira empreitada de investimento de Xuxa, após a Espaçolaser e a franquia de festas infantis Casa X.
Xuxa conheceu a Bloom por meio de seu marido, Junno Andrade, que também é vegano. Durante sua busca por um novo negócio, ela considerou investir em roupas ou maquiagem, e até mesmo pesquisou marcas no exterior. No entanto, foi por meio da Atlhetica Nutrition, fabricante de suplementos, que Andrade conheceu a Bloom. A Atlhetica Nutrition investiu 10 milhões de reais na empresa. Tanto Xuxa quanto Andrade estão ingressando no negócio como investidores, com uma participação de 6% cada.
O objetivo da Bloom é transformar-se em uma rede de franquias, e essa transição já começou com a entrada de Morais como sócio no mês anterior. Até o momento, a empresa fechou acordo com seis franqueados em várias localidades do Brasil, incluindo São Paulo, Ceará, Rio Grande do Sul e Brasília.
A meta é encerrar o ano com 10 a 15 franquias em operação. No longo prazo, a Bloom planeja ter uma rede de 350 unidades até 2026 e 500 unidades até 2028. As lojas terão tamanhos variados, entre 35 e 50 metros quadrados. O investimento estimado para um franqueado é de 200 mil a 300 mil reais, com uma margem de lucro líquido entre 10% e 14%. A expectativa é que cerca de 90% das unidades sejam franquias e o restante sejam lojas próprias.
Fabio Munno, um dos fundadores da Bloom, menciona que a empresa consegue oferecer preços competitivos devido a parcerias estratégicas, como a colaboração com a JBS, que fornece proteína vegetal para os produtos.
Embora o veganismo ainda enfrente desafios culturais para se consolidar nos hábitos alimentares dos brasileiros, Morais acredita que a situação é semelhante ao que ele enfrentou quando fundou a Espaçolaser em 2004. Ele compara o cenário atual com a desinformação sobre depilação a laser na época, algo que eles conseguiram democratizar e popularizar.
Ele acredita que, da mesma forma, há um crescimento evidente no mercado de alimentação vegana, à medida que mais pessoas buscam opções saudáveis e conscientes nos Estados Unidos e em outros lugares.