Jovem receptora de primeiro transplante cardíaco no Hospital Metropolitano recebe alta

Brenno Ramos
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Um dia de grande felicidade para a família de Andrezza Soares Silva, de 29 anos, que, após ter passado por um transplante cardíaco em 14 de julho, recebeu alta do Hospital Metropolitano Dom José Maria Pires.

A unidade de saúde é parte da rede estadual e é administrada pela Fundação Paraibana de Gestão em Saúde (PB Saúde). Agora, ela poderá passar o fim de semana em casa, junto com sua filha bebê, algo que não era possível devido ao problema cardíaco que enfrentava anteriormente.

Estou muito feliz, me sentindo muito bem, e só tenho a agradecer: a Deus, à família do doador e a toda a equipe que cuidou muito bem de mim neste período. Finalmente vou poder voltar para casa, cuidar dos meus filhos, da minha bebê que eu não conseguia pegar pois me cansava muito.

A médica cardiologista Tauanny Frazão explicou que Andrezza era uma paciente delicada. Ela sofria de insuficiência cardíaca grave devido a uma febre reumática. Com a deterioração das válvulas cardíacas, a jovem já havia passado por uma substituição da válvula mitral, mas seu estado não estava melhorando e ela ficava cansada com o mínimo esforço.

Ela é extraordinária, porque, durante o processo de avaliação para o transplante, já estava há dois anos na fila quando engravidou e teve que esperar mais um pouco. Ela foi incrivelmente corajosa, pois passou por uma gravidez complicada, teve um bebê prematuro, mas graças a Deus ambas sobreviveram e ela conseguiu voltar à lista de transplante. Após cinco meses, recebeu um novo coração, que agora bate maravilhosamente em seu peito.

disse Tauanny.

Essa nova chance de vida para Andrezza só foi possível devido ao “sim” dado pela família de um adolescente de 16 anos para a doação de múltiplos órgãos, após a confirmação de sua morte encefálica.

O procedimento de captação do coração ocorreu no Hospital de Emergência e Trauma Dom Luiz Gonzaga Fernandes, em Campina Grande. O órgão foi transportado pelo Corpo de Bombeiros, com escolta da Polícia Rodoviária Federal (PRF), até o aeroporto da cidade, de onde foi levado no avião do Coração Paraibano para o aeroporto de João Pessoa e, em seguida, para o Metropolitano em uma viatura dos Bombeiros.

Expressamos nossa profunda gratidão a essa família que, em meio a tamanha dor, pôde demonstrar esse ato de generosidade e empatia ao doar órgãos e, consequentemente, doar vida.

acrescentou a médica.

Agora, para Andrezza, surge a esperança de uma vida melhor. “Meu sonho é andar de bicicleta, algo que eu não podia fazer e agora posso. Tudo isso graças ao ‘sim’ da família do doador. Devido a isso, hoje estou viva e sou uma pessoa diferente”, ressaltou.

O Hospital Metropolitano Dom José Maria Pires é um centro de referência em cardiologia e neurologia. Em junho de 2020, recebeu a autorização para realizar transplantes cardíacos.

Desde então, foi estabelecido um Ambulatório de Transplante na unidade para atender pacientes candidatos a esse procedimento. Além dos transplantes em adultos, o Metropolitano também se tornou o quinto hospital público no país habilitado a realizar transplantes de coração pediátricos. Desde 2022 até agosto deste ano, já foram realizados cinco transplantes cardíacos, além de várias captações de múltiplos órgãos.

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