O tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro, foi libertado após o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, conceder-lhe liberdade provisória. A decisão também homologou o acordo de delação premiada de Mauro Cid com a Polícia Federal. O militar estava detido desde 3 de maio no Batalhão do Exército de Brasília, em meio a uma investigação sobre a inserção de dados falsos de vacinação contra a COVID-19 no sistema do Ministério da Saúde, envolvendo membros da família do ex-auxiliar e do ex-presidente Bolsonaro.
O que se destaca na decisão é que Mauro Cid deve cumprir diversas medidas cautelares, incluindo o uso de tornozeleira eletrônica, comparecimento periódico em juízo, proibição de sair do país e entrega de passaportes, suspensão do porte de arma de fogo, proibição de uso de redes sociais e afastamento de suas funções no Exército. A não observação dessas medidas poderia resultar no retorno à prisão.
A delação de Mauro Cid foi feita no contexto do inquérito das milícias digitais, que investiga uma suposta organização criminosa com o propósito de atentar contra o Estado Democrático de Direito. Além disso, o militar também estava sob investigação por alegada venda irregular de presentes oficiais e joias recebidos durante o governo Bolsonaro.
Mauro Cid inicialmente manteve silêncio em relação às investigações, mas mudou de estratégia em agosto, quando um novo advogado assumiu sua defesa. Posteriormente, ele prestou depoimentos à Polícia Federal e confirmou sua intenção de fazer uma delação.
Cabe destacar que Mauro Cid é filho de um general da reserva, colega de Bolsonaro na Academia Militar das Agulhas Negras (Aman), e foi nomeado ajudante de ordens do presidente antes de sua posse em 2018. Ele ocupou funções diversas, desde auxiliar em transmissões ao vivo até encaminhar pagamentos relacionados a demandas particulares da família de Bolsonaro.
A liberação de Mauro Cid marca um novo capítulo em uma investigação em curso, com potenciais implicações significativas no cenário político brasileiro. O desenrolar desses eventos continuará a ser acompanhado de perto por observadores e analistas políticos.