O governo revisou sua projeção de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) para este ano de 2,5% para 3,2%. Essa melhora nas perspectivas ocorreu após o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgar números mais robustos de crescimento no segundo trimestre, que apresentou um aumento de 0,9%, superando as estimativas iniciais do mercado, que apontavam para um crescimento em torno de 0,3%.
De acordo com o secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda, Guilherme Mello, diversos fatores estão impulsionando a atividade econômica. Isso inclui o crescimento da massa salarial, o aumento do rendimento real (acima da inflação), a perspectiva de redução da inadimplência e um maior acesso ao mercado de crédito. Além disso, o cenário de crédito favorável tende a estimular o crescimento econômico. O governo também está otimista em relação ao último trimestre do ano.
Um fator adicional que contribui para a revisão positiva é o chamado “carrego estatístico”. Como a economia cresceu significativamente no primeiro e no segundo trimestres, mesmo que ela permaneça estagnada no segundo semestre, o crescimento médio anual já estaria garantido em torno de 3% em 2023, em comparação com o ano de 2022.
Para 2024, a projeção de crescimento do PIB foi mantida em 2,3%.
Em relação ao Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), a projeção para este ano permanece em 4,85%. Para 2024, a previsão subiu de 3,3% para 3,4%, devido a um aumento nas estimativas para o dólar e para os preços das commodities.
A equipe econômica também espera que a indústria e o setor de serviços se beneficiem com a flexibilização das condições monetárias, devido ao ciclo de redução da taxa básica de juros (Selic) iniciado em agosto. No entanto, os efeitos dessa política monetária podem levar algum tempo para se manifestarem, devido à chamada “defasagem da política monetária”.
O governo está otimista com as projeções de receita para 2024 e acredita que o atingimento das metas fiscais pode ser facilitado pelas mudanças nas condições macroeconômicas, incluindo a inflação e o PIB.
Em resumo, o governo revisou para cima sua projeção de crescimento do PIB para 2023, de 2,5% para 3,2%, com base em fatores como o desempenho econômico mais forte do que o esperado no segundo trimestre e uma série de fatores internos e externos que estão impulsionando a atividade econômica.