Uma pesquisa conduzida por cientistas dos Estados Unidos e de Hong Kong sugere que o horário em que se pratica atividade física pode afetar o controle do peso. O estudo, que será publicado na edição de outubro da revista Obesity, aponta que fazer exercícios pela manhã, entre 7h e 9h, pode ser mais eficaz para combater a obesidade.
Os pesquisadores, das universidades Politécnica de Hong Kong, Franklin Pierce e Estadual do Arizona, analisaram dados de 5.285 participantes coletados entre 2003 e 2006 na Pesquisa Nacional de Exame de Saúde e Nutrição dos Centros de Controle e Prevenção de Doenças dos EUA. Os participantes foram divididos em três grupos com base nos horários de suas atividades físicas: manhã, meio-dia e noite. Todos usaram acelerômetros no quadril direito por uma semana, removendo-os apenas para tomar banho ou nadar.
Os resultados mostraram que no grupo que se exercitava pela manhã, houve uma forte correlação entre a prática de atividades físicas moderadas a vigorosas e a redução da obesidade. Essa correlação foi menos evidente nos outros grupos.
Curiosamente, as pessoas que se exercitavam durante o dia passavam mais tempo em comportamento sedentário do que aquelas que se exercitavam ao meio-dia ou à noite. No entanto, o grupo da manhã apresentou índices de massa corporal e circunferência da cintura mais baixos do que os outros grupos.
Os pesquisadores destacaram que o padrão diurno de atividade física pode ser uma dimensão importante para entender o movimento humano. No entanto, a psicóloga clínica Rebecca Krukowski, da Universidade da Virgínia, ressaltou a necessidade de mais estudos sobre o tema, observando que este estudo analisou dados de um período específico e que não se sabe se as pessoas que se exercitam de manhã são sistematicamente diferentes daquelas que se exercitam em outros horários.
Além disso, fatores como a previsibilidade dos horários e outros hábitos de vida também podem desempenhar um papel importante nos resultados do controle de peso. Os autores do estudo concordam que são necessários estudos prospectivos e ensaios clínicos randomizados para confirmar suas descobertas.
