“Som da Liberdade”, um curta-metragem que estreou no Brasil na última quinta-feira (21), causou um grande impacto e controvérsia nas bilheteiras dos Estados Unidos.
Com um orçamento estimado em US$ 14,5 milhões, o filme arrecadou mais de US$ 180 milhões nas bilheteiras americanas, ultrapassando até mesmo blockbusters como “Indiana Jones e a Relíquia do Destino” e “Missão: Impossível – Acerto de Contas Parte 1”.
O enredo é baseado na história real de um ex-agente do governo que resgata crianças das garras de criminosos colombianos que operam uma rede de exploração. O filme conquistou a simpatia da direita política, enquanto também atraiu críticas da esquerda nos Estados Unidos.
Os conservadores afirmam que “Som da Liberdade” é um filme que fala diretamente ao trabalhador americano, um setor que eles alegam ser negligenciado pelas elites de Hollywood. Por outro lado, os liberais rotulam o filme como uma ferramenta de recrutamento para a extrema direita, alegando que promove teorias conspiratórias, como o QAnon, que envolvem supostos abusos de crianças por parte de figuras de Hollywood e do Partido Democrata.
A distribuidora do filme, Angel Studios, nega qualquer vínculo político ou associação com grupos conspiratórios, afirmando que “quem assistiu ao filme sabe que não se trata de teorias conspiratórias”, segundo o presidente-executivo, Neal Harmon.
Além disso, o filme enfrenta acusações de assédio sexual relacionadas às operações lideradas pelo ex-agente Tim Ballard, interpretado por Jim Caviezel. Sete mulheres alegam que ele as coagia a compartilhar a cama ou tomar banho com ele como parte de suas operações de infiltração. Ballard nega veementemente essas acusações e se afastou do grupo após investigações internas.
A distribuidora adotou uma estratégia de doações de ingressos para promover o filme. Qualquer pessoa pode comprar ingressos pelo site e disponibilizá-los para outros interessados. Embora a porcentagem da arrecadação proveniente das doações seja pequena, imagens de sessões vazias do filme circularam nas redes sociais durante seu lançamento nos EUA.
“Som da Liberdade” tornou-se uma causa célebre para várias figuras da direita americana, incluindo o intelectual canadense Jordan Peterson, o comentarista político Ben Shapiro e até mesmo o ex-presidente Donald Trump, que exibiu o filme em seu clube de golfe.
Originalmente programado para ser distribuído pela 20th Century Fox, o acordo foi cancelado quando a Disney adquiriu a empresa em 2019. Os produtores posteriormente adquiriram novamente os direitos e o Angel Studios, especializado em produções menores, assumiu a distribuição.