O gás de cozinha e a gasolina são de fato itens essenciais na vida dos brasileiros, e seus preços têm um impacto significativo na qualidade de vida da população. O fim da vinculação da Petrobras com o Preço de Paridade de Importação (PPI) em maio deste ano foi uma conquista importante para os trabalhadores e trabalhadoras do Brasil.
Desde que essa vinculação foi implementada sob os governos de Michel Temer e mantida durante o governo de Jair Bolsonaro, os preços da gasolina atingiram níveis muito elevados, superando os R$ 8, e o gás de cozinha chegou a custar mais de R$ 110. Isso forçou algumas pessoas a recorrerem ao uso de lenha para cozinhar. Com o término da vinculação com o PPI, tem havido uma redução nos preços, com uma diminuição de 21,3% no valor do gás de cozinha e um preço médio da gasolina em torno de R$ 6.
Marco Antônio Rodrigues Câmara, que reside em Santa Cruz, no Rio de Janeiro, compartilha sua experiência como trabalhador temporário. Ele percebeu a diferença entre os anos anteriores e o presente. Em 2021, devido ao aumento nos combustíveis, ele teve que vender seu veículo de trabalho. Agora, ele pode comprar mais de um botijão de gás de cozinha de uma só vez.
“Houve momentos em que ficamos sem gás em casa porque o que estávamos ganhando não era suficiente para comprar um botijão. Hoje, consigo comprar comida para toda a minha família e, graças a essa queda nos preços, posso dizer que tenho o gás em casa”, diz Marco.
Para Marco, manter os preços do gás de cozinha acessíveis é garantir dignidade para a população. “O povo brasileiro está cansado de tanta injustiça. Nós, que somos pobres, estamos vendo mudanças, mas queremos mais”.
Deyvid Bacelar, coordenador-geral da Federação Única dos Petroleiros (FUP), explica que os custos de importação não afetam mais os preços dos produtos fabricados pelas refinarias brasileiras, apenas dos combustíveis derivados de petróleo que a Petrobras ainda importa.
“Há uma necessidade urgente de expandir a capacidade de refino no Brasil, precisamos atingir a autossuficiência no refino para garantir o pleno atendimento da demanda interna, que atualmente gira em torno de mais de 2 milhões de barris e derivados de petróleo por dia”, afirma Deyvid.
Segundo ele, essa expansão possibilitaria preços ainda mais baixos para os trabalhadores. Para alcançar esse objetivo, ele enfatiza a necessidade de concluir obras que estavam paradas devido à operação Lava Jato e ampliar as refinarias já existentes.
“Durante os governos do presidente Lula e no primeiro mandato da presidenta Dilma, o plano de gestão da Petrobras indicava a necessidade de construir mais duas refinarias para não apenas atender toda a nossa demanda interna, mas também nos transformarmos em um país exportador de derivados de petróleo. Isso ajudaria não apenas na balança comercial, mas principalmente na geração de riqueza para a Petrobras e o povo brasileiro”, destaca o coordenador.