Governador de São Paulo critica greve do Metrô, CPTM e Sabesp como ilegal e política

Luiz Antônio
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O governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) fez seu primeiro pronunciamento oficial nesta terça-feira, 3, em relação à greve unificada que afeta o Metrô, a CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos) e a Sabesp (Companhia Paulista de Saneamento Básico do Estado de São Paulo). O governador reiterou que considera a greve ilegal e ressaltou que o movimento não cumpriu a ordem judicial de não interromper os serviços nos horários de pico. Ele afirmou: “Infelizmente, o que temíamos está acontecendo. Temos greves no Metrô, CPTM e Sabesp. Uma greve ilegal, abusiva, claramente de natureza política e com foco em interesses corporativos. Aqueles que estão em greve parecem estar esquecendo o mais importante, que é o cidadão.” A Justiça de São Paulo determinou que as linhas de transporte público operassem com 100% do efetivo nos horários de pico (das 4h às 10h e das 16h às 21h) e com 80% do efetivo nos demais horários. O não cumprimento dessa determinação pode resultar em multas diárias de até R$ 500 mil para os sindicatos.

O governador criticou o fato de a Justiça ter sido ignorada, enfatizando que esse grupo não está respeitando nem mesmo o Poder Judiciário. As categorias estão se opondo à privatização das três empresas públicas pelo governo estadual e argumentam que a transferência das operações para o setor privado prejudicará a qualidade do serviço. Além disso, as categorias exigem a realização de um plebiscito envolvendo toda a população do Estado para decidir sobre as concessões. Tarcísio observou: “Eles estão entrando em greve porque são contra a desestatização, contra a concessão das linhas. E quais são as linhas que estão operando atualmente? A Linha-4, que já é concedida, a Linha-5, também concedida, a Linha-8 e a Linha-9, ambas concedidas.”

O governador destacou que a discordância dos sindicatos não deve prejudicar o direito de ir e vir dos cidadãos e que o momento adequado para questionar as desestatizações seria durante as audiências públicas do processo. Ele também classificou a pauta do movimento como “corporativa”. A Justiça também proibiu a liberação das catracas nas linhas em operação, devido ao risco de tumultos e possíveis acidentes nas estações, uma medida que foi elogiada por Tarcísio: “A Justiça agiu com muita responsabilidade ao proibir a liberação das catracas. Permitir a abertura das catracas colocaria os cidadãos em risco e resultaria na perda de controle nas plataformas, prejudicando os cidadãos.” Tarcísio também mencionou que esta é a quarta tentativa de greve das estatais paulistas apenas em 2023.

“Esta é a quarta tentativa de greve e a segunda que se concretiza em um curto período. Claramente, há motivações políticas (…) Em breve, encerraremos uma greve em outubro, e eles planejarão uma greve em novembro, dezembro, janeiro, e depois haverá uma greve em março. Qual é o limite disso? O que constitui abuso do direito de greve, sinceramente, eu não sei (…) Não podemos considerar se é mais benéfico para o cidadão ter linhas concedidas? Não é razoável estudar se o investimento privado é vantajoso?”, declarou. Confira o pronunciamento completo no vídeo abaixo.

De acordo com o site do Metrô, que atualiza a situação das linhas nas primeiras horas desta terça-feira, a paralisação afeta as linhas 1-Azul, 2-Verde, 3-Vermelha e 15-Prata. Por outro lado, as linhas 4-Amarela e 5-Lilás operam normalmente. Na CPTM, as linhas paralisadas incluem a 7-Rubi, 10-Turquesa, 11-Coral, 12-Safira e 13-Jade, conforme aponta a última atualização da companhia, feita às 5 horas. Duas linhas da CPTM operam parcialmente. A linha 11 – Coral funciona apenas entre as estações Luz e Guaianases. Na Linha 7-Rubi, a circulação dos trens vai de Caieiras até Luz. As linhas 8-Diamante e 9-Esmeralda, operadas pela Via Mobilidade, funcionam normalmente.

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