O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, chamou a atenção nesta sexta-feira (17) para a aparente contradição entre crescimento econômico e preservação ambiental, destacando a necessidade de enfrentar os efeitos do aquecimento global em meio à grave crise climática enquanto a sociedade busca construir um novo paradigma.
“Hoje, Economia e Ecologia não podem mais ser vistas como opostas. É essencial considerar cuidadosamente o que produzimos e consumimos para garantir a sobrevivência humana no planeta”, afirmou Haddad durante sua participação em um evento promovido por organizações da sociedade civil que abordava o plano de transformação ecológica, a denominada agenda verde do governo.
Em contraste com os negacionistas do aquecimento global – que, segundo o ministro, também negaram a pandemia e as vacinas –, Haddad destacou o compromisso do governo com o conhecimento científico na abordagem das questões climáticas.
O ministro ressaltou que os cientistas que monitoram o aumento das emissões de carbono estão alarmados com os impactos, já presentes no mundo, que estavam previstos para daqui a dez ou vinte anos.
“Antes, minha preocupação era com meus netos, depois com meus filhos. Agora, estou apreensivo com o que acontecerá também comigo. A situação está se desdobrando”, afirmou Haddad, sublinhando que o problema não é exclusivo das gerações futuras.
Ele enfatizou que o papel do setor público é conscientizar a população sobre a gravidade da crise climática, destacando a necessidade de cooperação entre as nações. “O Brasil não escapará da crise climática; ou todos nos salvamos, ou todos estamos perdidos”, alertou.
Haddad salientou que, em nenhum momento, imaginou que a agenda ambiental, coordenada por seu ministério, pudesse prejudicar o desenvolvimento econômico. “É um equívoco opor economia e ecologia”, reforçou.
O ministro também observou que, apesar de ter resgatado 40 iniciativas desde o início do mandato, como o Fundo de Financiamento Estudantil (Fies) e o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), essas ações ainda são insuficientes para planejar o futuro. “Precisamos ir além do que já fizemos”, declarou.