A boxeadora YuTing Lin, de Taiwan, garantiu sua vaga na semifinal dos Jogos Olímpicos de Paris na categoria até 57kg e já assegurou uma medalha.
Lin conquistou a vitória nas quartas de final ao derrotar a búlgara Svetlana Staneva por decisão unânime. Os cinco juízes concordaram que a taiwanesa foi superior ao longo dos três rounds.
Ela é uma das duas boxeadoras que foram reprovadas em testes de gênero durante o Mundial de boxe e que estão competindo nas Olimpíadas. Juntamente com a argelina Imane Khelif, Lin foi desclassificada pela IBA (Associação Internacional de Boxe) por não atender aos critérios de elegibilidade médica — a IBA não é reconhecida pelo Comitê Olímpico Internacional (COI).
O COI afirma que todas as atletas participantes dos Jogos Olímpicos de Paris estão em conformidade com as normas de elegibilidade. A entidade destacou que todas cumprem as condições médicas estabelecidas pelas regras da competição. No site oficial das Olimpíadas, Lin e Khelif são listadas como atletas mulheres.
Lin retornará ao ringue na quarta-feira (7) para enfrentar a turca Wzra Yildiz, às 16h30 (horário de Brasília). Aos 28 anos, Lin terá a chance de lutar pelo ouro se avançar à final; se for derrotada, receberá a medalha de bronze, já que no boxe não há disputa pelo terceiro lugar.
A IBA não revelou detalhes sobre o método do teste que resultou na reprovação de Lin e Khelif. A organização descreve o exame como “confidencial” e esclarece que não se trata de um teste de testosterona, mas afirma que as duas boxeadoras teriam “vantagens em relação às demais competidoras”.
Mark Adams, porta-voz do COI, explicou por que o teste de testosterona não é apropriado. “O teste de testosterona não é infalível. Muitas mulheres podem ter níveis de testosterona semelhantes aos dos homens, embora ainda sejam mulheres”, comentou sobre o caso.
O COI declarou que a IBA, que organizou o Campeonato Mundial, não é mais reconhecida como um órgão competente desde 2023. Um documento oficial menciona que a associação de boxe teve problemas recorrentes com integridade e transparência, incluindo acusações de manipulação de resultados e corrupção.
Não há confirmação de que Lin ou Khelif não sejam mulheres cisgênero. A imprensa internacional chegou a especular, sem comprovações, que as boxeadoras poderiam ser pessoas intersexo, ou seja, com características sexuais que não se encaixam nas categorias binárias tradicionais.