Autor do livro “Infartei, e agora?” explica como a suplementação pode ajudar a combater doenças como a hipertensão, o colesterol alto e até a insuficiência cardíaca
Você sabia que quando o assunto é a saúde cardiovascular, a suplementação é uma grande aliada? Segundo o cardiologista Mário Brodt, autor do livro “Infartei, e agora?”, suplementar é muito mais abrangente do que apenas repor um ativo que está em falta . Trata-se de oferecer nutracêuticos que podem melhorar nossa qualidade de vida.
Como exemplo, Dr. Mario Brodt cita os suplementos que auxiliam no combate às dores osteomusculares, melhoram o desempenho físico e cardiopulmonar, melhoram o humor e reduzem o estresse, ansiedade e depressão, que melhoram o sono oferecendo uma noite de descanso com melhor qualidade e associada ao bem-estar de um ótimo despertar, que melhoram uma série de aspectos agregando benefícios na saúde cardiovascular .
Ainda segundo o especialista, um dos diferenciais da suplementação é o auxílio no combate à doenças com muito menos efeitos colaterais quando comparada aos medicamentos tradicionais. Além disso, sua aplicabilidade, quando bem indicada, serve de maneira efetiva para tratar determinadas patologias, agregando uma série de benefícios adicionais à saúde. A suplementação não elimina a utilização de determinados medicamentos tradicionalmente utilizados, pois esses também têm seu papel fundamental. Saber suplementar é uma verdadeira arte que exige ponderação entre o manejo assertivo da medicina tradicional e a aplicabilidade da medicina de suplementação. Ela veio para agregar e trazer benefícios adicionais à medicina tradicional, embora possa, em algumas situações específicas, substituir o uso de medicamentos com resultados similares ou melhores.
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Suplementação: um bônus que não exclui a busca por uma vida saudável
Quando falamos em saúde, devemos lembrar que antes de buscar a melhor suplementação, a qual deve ser prescrita de forma individualizada, não podemos esquecer dos alicerces de uma vida saudável: manter uma alimentação adequada, praticar atividade física regular e cultuar hábitos saudáveis de vida de maneira geral, ou seja, viver de maneira equilibrada. Quanto mais esses alicerces forem fundamentados em nossas vidas e em nosso dia-a-dia, melhores serão os resultados, inclusive da suplementação.
Alimentos que são bons aliados
No controle da pressão arterial sistêmica, por exemplo, encontramos bons aliados em nossa alimentação, como a beterraba e o cacau. Há uma série de estudos que demonstram esses benefícios. A beterraba, por ser rica em nitrato, promove um aumento de óxido nítrico em nosso organismo, e, dessa forma, gera uma resposta de vasodilatação com consequente queda da pressão arterial.
Há outros alimentos – ou suplementos – que podem agregar valor no controle da pressão arterial, como alho, por exemplo, que possui propriedades anti-hipertensivas muito interessantes. A presença de alicina em sua composição tem ação vasodilatadora, sendo seu efeito anti-hipertensivo registrado de forma quase que incontestável em uma série de estudos. Quando usado na forma de extrato de alho envelhecido suas propriedades se intensificam ainda mais . Agregando benefícios, esse tipo de alho possui um importante efeito antioxidante, o que poderia trazer saúde endotelial , ou seja, diminuir o risco da progressão de aterosclerose nas nossas artérias.
Para o médico, a princípio, a suplementação parecia algo estranho para quem estava acostumado com a medicina tradicional baseada na utilização de exames e medicamentos tradicionais. “Meu começo nesse mundo de suplementação tem uma história interessante, pois tudo começou através de um colega de natação que hoje considero um grande amigo. Uma pessoa de mente aberta, entusiasta , estudioso e empreendedor na área de gastronomia e suplementação. Sócio e idealizador de uma das mais sérias empresas de suplementação do Brasil. O destino estava à minha porta , pois numa determinada ocasião, acabei relatando sobre fadiga intensa ao final dos meus dias , apesar de estar com a vida toda regrada, fazendo exercício, comendo e dormindo bem . Foi quando, para minha surpresa, ele me presenteou com um frasco de coenzima q 10, a qual promoveu uma diferença enorme no meu referido cansaço ao longo dos dias”, contou o médico.
Segundo dr. Mário, sua primeira experiência com suplemento, já apresentou resultados inesperados: em pouco tempo mudou totalmente sua percepção e despertou seu interesse em estudar sobre o assunto. Com o aumento no número de pacientes que tinham passado pela Covid-19 e se queixavam de cansaço extremo após a infecção ainda durante a pandemia, os estudos sobre a indicação de coenzima Q 10 na síndrome da fadiga crônica, geralmente usada pós-infecção viral de qualquer etiologia como gripe comum foram se intensificando.
“Como muitos de meus pacientes apresentavam sofrimento intenso pelo cansaço pós Covid, resolvi me aventurar e prescrever a coenzima q 10. Resultado? Melhora sensacional da fadiga nesses pacientes em menos de 30 dias. Foi o pontapé para eu me aprofundar nos estudos sobre a coenzima q10 e a suplementação. E para minha surpresa, já existiam trabalhos publicados em revistas internacionais de renome demonstrando benefícios cardiovasculares com a suplementação da coenzima Q10”, relembra dr. Mário.
De acordo com o médico, um dos importantes estudos que basearam a suplementação foi publicado no Jornal americano de cardiologia – JACC – em que a utilização da CoQ10 promoveu melhora de capacidade funcional e de biomarcadores em pacientes com insuficiência cardíaca grave com fração de ejeção reduzida.
“Por incrível que pareça, nessa época, dois de meus pacientes com insuficiência cardíaca estavam refratários ao tratamento convencional, com falta de ar e piora clínica gradativa, apesar de todo o arsenal terapêutico de ponta que vinham utilizando. Decidi prescrever a coenzima q 10, e mais uma vez , uma nova e agradável surpresa: os dois melhoraram significativamente. Essa cascata de eventos me impulsionou a ir fundo no mundo da suplementação. Uma área que está em constante ascensão e precisa ser desmistificada, pois ainda há muita discriminação no próprio meio médico; certamente pela falta de conhecimento”, conclui o médico.