A expectativa de cortes na taxa Selic no segundo semestre leva em consideração o arrefecimento da inflação e o atual patamar da atividade econômica, tornando a decisão do CMN (Conselho Monetário Nacional) vista como secundária.
A decisão anunciada pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, pela ministra do Planejamento, Simone Tebet, e pelo presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, permitirá que o Banco Central escolha um prazo determinado para perseguir a meta de inflação, substituindo os objetivos anuais que não foram cumpridos nos últimos dois anos.
Na ata da última reunião do Copom, divulgada na última terça-feira, o BC indicou a possibilidade de uma queda da taxa de juros em agosto, como já estimado pelo mercado financeiro. Os dados de inflação, nível de atividade econômica e expectativas futuras para a inflação serão determinantes para o movimento de corte da Selic.
Especialistas afirmam que a adoção da meta contínua de inflação contribuirá para ancorar as expectativas de médio e longo prazo, favorecendo uma política monetária menos restritiva. No entanto, a decisão do CMN é apenas um dos elementos que influenciarão a redução da taxa de juros em agosto, e não é determinante por si só.
Diante das críticas do governo e do setor produtivo em relação ao atual nível da Selic, as expectativas apontam para um corte de 0,25 ponto percentual na taxa básica de juros em agosto, seguido por novos recuos nos meses seguintes. Caso isso se confirme, a Selic poderá chegar a 12,25% ao ano no início de 2024.
A trajetória de queda da taxa Selic está diretamente ligada à redução dos preços, uma vez que os juros mais altos encarecem o crédito, reduzem o consumo e estimulam novas opções de investimento pelas famílias.