Justiça mantém prisão de suspeito de estupro de jovem deixada por motorista de app em Belo Horizonte

Brenno Ramos
Tempo de Leitura 4 min

A prisão em flagrante de Wemberson Carvalho da Silva, de 47 anos, será convertida em prisão preventiva, conforme decisão da juíza Juliana Beretta Kirche.

A audiência de custódia do caso ocorreu de forma virtual na noite desta terça-feira.

A magistrada determinou que os autos sigam em segredo de Justiça, visando preservar a integridade da vítima.

A jovem compareceu a um evento no estádio Mineirão na noite de sábado (29). Por volta das 2h de domingo (30), ela decidiu retornar para casa após um amigo chamar um motorista por aplicativo e compartilhar o trajeto da viagem com o irmão da vítima.

Sozinha no veículo, a mulher chegou ao seu endereço aproximadamente uma hora depois. O motorista teria acionado o interfone do prédio duas vezes e tentado fazer ligações pelo celular, porém não obteve resposta.

Minutos depois, ele optou por retirar a jovem do carro, que estava desacordada, e a abandonou na rua com a assistência de um homem que estava passando pelo local.

A jovem só recobrou a consciência por volta das 8h de domingo, quando equipes do SAMU a atenderam em um campo de futebol. Ela estava coberta por um cobertor, com as roupas íntimas abaixadas.

Exames médicos confirmaram que a jovem foi vítima de estupro. O irmão da mulher relatou à polícia que não acompanhou a viagem da irmã nem ouviu as tentativas de contato do motorista, pois estava dormindo.

O suspeito do crime foi preso em flagrante por estupro de vulnerável e prestou depoimento no próprio domingo. Ele foi encaminhado ao sistema prisional e está sob custódia da Justiça. Segundo informações da PM, o homem negou as acusações de estupro.

O motorista de aplicativo que deixou a mulher desacordada e alcoolizada na rua foi suspenso pela empresa ’99’. O motorista deixou a jovem na rua após bater na casa dela e não ser atendido.

A empresa explicou que a medida é de precaução durante a investigação da Polícia Civil. A ’99’ também expressou pesar pelo caso e se colocou à disposição para colaborar com a investigação.

Em entrevista ao jornal, a irmã da vítima pediu responsabilização do motorista de aplicativo que deixou a jovem na rua. “Ele poderia tê-la levado para um hospital, procurado um posto da polícia. Minha irmã teve ajuda negada e foi abandonada completamente na calçada”, disse.

Em situações de violência, denuncie. Ao testemunhar um ato de agressão contra mulheres, ligue para o número 190 e faça a denúncia.

A maioria dos casos de violência doméstica é perpetrada por parceiros ou ex-parceiros das mulheres, porém a Lei Maria da Penha também se aplica a agressões cometidas por familiares.

Também é possível fazer denúncias ligando para o número 180, a Central de Atendimento à Mulher, e para o Disque 100, que investiga violações dos direitos humanos.

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