A rua mais cara do mundo não está localizada em Nova York, Paris ou em qualquer cidade de luxo que você possa imaginar. Na realidade, trata-se de uma avenida com apenas 400 metros de extensão, exclusiva para pedestres e que muda de local a cada semana: o paddock da Fórmula 1.
Para ter o privilégio de “morar” nesta avenida cobiçada, é necessário desembolsar uma taxa de US$ 200 milhões (cerca de R$ 1 bilhão) para erguer sua “casa” temporária neste endereço, onde estrelas do esporte como Lewis Hamilton, Max Verstappen e Fernando Alonso desfilam.
A exclusividade da rua mais cara do mundo é tão extrema que mesmo aqueles com a fortuna necessária para pagar essa taxa podem ser recusados. Recentemente, a Federação Internacional do Automobilismo (FIA) vetou três das quatro equipes que buscavam ingressar na Fórmula 1 nos próximos anos, alegando que as informações enviadas não eram suficientes para avaliação positiva.
A única equipe até agora aceita nesse endereço exclusivo é a Andretti Global, de Michael Andretti, filho da lenda Mario Andretti e ex-colega de equipe de Ayrton Senna na McLaren em 1993.
Mas por que as equipes da Fórmula 1 são tão resistentes a novos concorrentes? A resposta é simples: dinheiro. Quanto menor a divisão da receita dos contratos de patrocínio, direitos de transmissão de TV e receita de promotores de corridas, melhor para as equipes, principalmente aquelas que estão no meio e na parte inferior da tabela.
Desde a chegada da Liberty Media, a Fórmula 1 viu o valor das equipes aumentar progressivamente devido ao efeito “Netflix” e à pandemia, a ponto de a maioria delas não depender mais de pilotos pagantes (embora ainda existam exceções, como Lance Stroll, cujo pai é dono da equipe Aston Martin).
Assim, para estabelecer uma nova equipe na Fórmula 1, é necessário comprar uma das equipes existentes. Um exemplo disso é a Audi, que comprou a Sauber (agora Alfa Romeo) para criar sua própria equipe a partir de 2026.
A experiência de circular na rua mais cara do mundo, o paddock da Fórmula 1, é única e glamorosa, especialmente nas corridas europeias e do Oriente Médio. Cada equipe tem seu espaço designado de acordo com sua classificação no Mundial de Fórmula 1 do ano anterior, com as equipes líderes ocupando os espaços iniciais e as equipes de menor desempenho nas extremidades.
Nesses espaços, as equipes estabelecem escritórios, salas de reunião, refeitórios, cozinhas e até dormitórios para os pilotos descansarem entre os treinos. Após cada Grande Prêmio, toda essa estrutura é transportada por terra para a próxima corrida.
Nas corridas do Oriente Médio, como Bahrein e Abu Dhabi, as equipes montam suas próprias “ilhas” dentro do autódromo para abrigar essas comodidades. A rua do paddock é tão exclusiva que até mesmo os VIPs têm a oportunidade de adquirir pacotes que lhes permitem circular por esse ambiente charmoso e chique.
Em resumo, o paddock da Fórmula 1 em 2023 está mais movimentado do que nunca, com centenas de VIPs ansiosos por uma selfie em um dos metros quadrados mais caros do mundo. Afinal, esse endereço exclusivo merece um registro, já que, no próximo fim de semana, ele estará em outro canto do planeta.