O Federal Reserve iniciou seu ciclo de cortes nas taxas de juros nos Estados Unidos, reduzindo em 0,50 ponto percentual. No Brasil, o Comitê de Política Monetária (Copom) também anunciou um aumento de 0,25 ponto percentual na taxa Selic, elevando-a para 10,75% ao ano. Ambas as decisões, já esperadas, impactaram os mercados, especialmente após as declarações de Jerome Powell, presidente do Fed, que geraram volatilidade nas ações.
Os analistas estão divididos sobre como a alta dos juros no Brasil afetará o mercado de ações. Setores como utilities, especialmente energia elétrica e bancos, devem se beneficiar das taxas mais altas. Enrico Cozzolino, da Levante Investimentos, destaca Cemig (CMIG4) e Bradesco (BBDC4) como boas apostas. Entretanto, construtoras como Eztec (EZTC3) e Cyrela (CYRE3) podem ser prejudicadas.
A Hike Capital afirma que o corte nos juros americanos favorecerá empresas de commodities e aquelas com endividamento em moeda estrangeira, como Marfrig (MRFG3) e JBS (JBSS3). Por outro lado, a valorização do real pode reduzir o interesse por exportadoras como Minerva (BEEF3).
Com a alta dos juros no Brasil, empresas como Porto Seguro (PSSA3) e bancos como Bradesco e Banco do Brasil devem se beneficiar. A Hike recomenda investir em ações com baixa alavancagem, como Sanepar (SAPR11) e Sabesp (SBSP3), que tendem a apresentar desempenho sólido mesmo em tempos difíceis.
No entanto, setores mais vulneráveis incluem o varejo e o imobiliário, com empresas como Magazine Luiza (MGLU3) e Tenda (TEND3) enfrentando dificuldades devido ao aumento dos custos de crédito. Companhias com alta alavancagem e margens de lucro baixas, como DASA (DASA3) e Kora Saúde (KRSA3), também estão em risco, conforme os gestores analisam as implicações das recentes decisões de política monetária.