Ausência de punição a Verstappen gera debate entre pilotos da F1

Brenno Ramos
Brenno Ramos
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Pilotos da Fórmula 1 expressaram questionamentos em relação à falta de punição a Max Verstappen por suas ações durante o GP de Singapura no último fim de semana. Verstappen foi investigado por três incidentes diferentes na classificação da corrida, mas acabou recebendo apenas uma multa e reprimendas dos comissários.

Lando Norris, da McLaren, foi um dos pilotos mais críticos em relação às decisões dos comissários: “Não quero falar muito porque vou acabar criando discórdia, mas acho que o bloqueio na pista deveria ter sido penalizado. Ele atrapalhou alguém. Sei que a equipe recebeu uma multa, mas deve caber ao piloto também olhar no próprio retrovisor. Você não tem mais o que fazer com o resto da volta, mas olhe nos retrovisores. Parece que muita gente tem dificuldade com isso.”

Todos os três incidentes envolvendo Verstappen ocorreram durante a sessão de classificação. No primeiro incidente, ele bloqueou a saída do pit lane por 14 segundos. No segundo, ficou lento na frente de Logan Sargeant. No terceiro, atrapalhou Yuki Tsunoda.

Os comissários consideraram que o incidente no pit lane não resultou em vantagem para Verstappen, mas ainda assim emitiram uma reprimenda. No caso de Sargeant, a explicação foi que o piloto “seguiu o caminho mais seguro”. Já no incidente com Tsunoda, alegaram que Verstappen não foi informado da proximidade do rival, resultando em outra reprimenda e uma multa de 5 mil libras (R$ 30,3 mil).

Charles Leclerc, da Ferrari, também se manifestou sobre o bloqueio da saída do pit lane: “Isso pode abrir margem para situações ruins no futuro. Mas tudo é sempre questão de uma discussão aberta com a FIA, para tentar explicar a eles o nosso ponto de vista e melhorar.”

No entanto, Tsunoda, que foi afetado diretamente por um dos incidentes de Verstappen, adotou uma postura mais cautelosa: “As punições para atrapalhar alguém devem ser maiores porque muitos fazem isso. E isso arruina sua volta, sua classificação. Isso deixou Yuki (Tsunoda) fora da classificação, e ele era o líder no Q1. Ninguém parece se importar o suficiente com isso, mas tem acontecido muito nesta temporada, muitas vezes comigo, especialmente com certas equipes.”

Hamilton e George Russell, ambos da Mercedes, também questionaram a falta de consistência nas punições. Hamilton disse: “Só estou perguntando porque eu não sei. Não sei o que dizer, eu não os vi. Obviamente estava no pit lane quando todos pararam e não deu para enxergar o que estava acontecendo. E nós sempre nos esforçamos e trabalhamos o mais próximo possível da FIA para ter consistência.

Tem havido certa variação (nas decisões), então com certeza precisamos continuar a trabalhar.” Russell acrescentou: “Você quer ter consistência nisso. É algo que está bem claro, em relação a alguns desses incidentes. É estranho que eles (a RBR) tenham saído impunes. Não afetou o resultado de ninguém, mas não importa se você lidera o campeonato ou está em último lugar; se você atrapalha alguém, devia ser punido por isso.”

Verstappen, por sua vez, respondeu de forma sucinta às críticas: “A única coisa que posso dizer é que eu expliquei o que houve quando eu estava no carro, a informação que foi dada para mim. Era a única coisa que eu poderia fazer. Aí, é com os comissários.”

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