O cirurgião aponta que o tempo em internação pode ser reduzido em até 80% se comparado com a cirurgia convencional
Um procedimento cirúrgico, feito com auxílio de robôs pode ser mais humanizado? Por mais que a princípio pareça contraditório, o médico cirurgião e pioneiro com a plataforma robótica Versius no sul do país, Dr. Gustavo Becker, garante que sim e, explica ainda, como esses procedimentos minimamente invasivos funcionam.
Embora as cirurgias tradicionais sejam ainda as mais realizadas nos centros cirúrgicos de hospitais públicos e particulares de todo o Brasil, independentemente de sua indicação. Segundo a ABIIS, Aliança Brasileira da Indústria Inovadora em Saúde, somente pelo SUS, o Brasil registrou 2.729.092 cirurgias entre janeiro a setembro de 2021, em seu dado mais recente. Os números referentes ao ano de 2022 ainda não estão disponíveis, mas o que sabemos é que, somados as cirurgias realizadas na rede particular, o total vai aumentar consideravelmente.
Parte desse total se refere às cirurgias minimamente invasivas, que são aquelas realizadas com o mínimo de dano à porta de entrada no corpo do paciente, que pode ser a pele, cavidade ou abertura. Em outras palavras, a cirurgia minimamente invasiva preza por menores cortes, menores cicatrizes e melhor resultado estético.
Se antigamente os grandes cirurgiões tinham por prática realizar grandes cortes, mutilar seus pacientes e deixar marcas na pele e no emocional, hoje os cirurgiões são reconhecidos por realizar procedimentos inovadores e deixar cicatrizes quase imperceptíveis. A redução da lesão na via de acesso é o benefício visível da cirurgia minimamente invasiva, mas as vantagens transcendem as cicatrizes.
Se os acessos são menores, o senso comum logo imagina que o tempo cirúrgico será maior, uma vez que a movimentação terá que ser mais delicada e reduzida. Quando as cirurgias minimamente invasivas começaram a ser realizadas na década de 1990, de fato, os procedimentos eram mais lentos, mas a tecnologia deu o grande salto e apresentou grandes aliados: instrumentos que tornaram o trabalho mais preciso e ágil, igualando o tempo ao gasto na cirurgia aberta convencional. Hoje, o cirurgião pode operar com uma pequena pinça ou com a ajuda da robótica.
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Entenda os benefícios
Após a realização da cirurgia minimamente invasiva, o paciente começa a perceber os ganhos, uma vez que há uma redução significativa da dor pós- operatória, do sangramento e da resposta inflamatória, fatores que refletem em um menor sofrimento e desconforto ao paciente e automaticamente, um menor gasto com analgésicos e outros medicamentos. Com isso, aumenta a confiança do paciente em sua recuperação e eleva a sua autoestima devido à sua melhora no quadro clínico.
Outro benefício que deve ser considerado é o tempo de internação, pacientes que se submetem à cirurgia minimamente invasiva ficam menos tempo internados. Para se ter uma ideia, vamos considerar um determinado procedimento feito por cirurgia convencional e cirurgia minimamente invasiva: na cirurgia convencional, o paciente precisaria ficar de sete a 10 dias internado, já na técnica minimamente invasiva, o tempo de internação reduz para um a dois dias.
A redução no tempo de internação representa benefícios como a recuperação mais rápida do paciente, expressa em sua alta precoce, e uma grande economia, considerando que a família deixará de investir em cerca de oito diárias de internação, e em outras despesas que decorrem da internação, como os gastos com acompanhantes e visitas, por exemplo.
Outro grande benefício que é amplamente discutido durante as consultas é sobre o tempo que o paciente levará para retomar as atividades físicas.
Considerando uma determinada cirurgia aberta em que o paciente precisará ficar de repouso entre 45 e 60 dias, a cirurgia minimamente invasiva se revela a melhor alternativa. O tempo de repouso cai em 75% e o paciente poderá retomar a sua rotina de atividades físicas após 15 dias apenas.
O médico cirurgião Gustavo Becker é referência em cirurgia avançada minimamente invasiva e atua em um dos principais centros cirúrgicos do país especializados na técnica. O especialista é um entusiasta do procedimento devido a série de benefícios que apresenta aos pacientes. “O foco da cirurgia minimamente invasiva é reduzir o dano ao tecido. Entretanto, acarreta diversos benefícios, como melhora do resultado global, redução das complicações, do sangramento, das internações, feridas, infecções, tempo de internação e de repouso”, explica o cirurgião.
Onde as cirurgias podem ser feitas?
As cirurgias minimamente invasivas podem ser realizadas em áreas distintas do corpo através de procedimentos diferentes. Gustavo é cirurgião colorretal e transanal e opera por laparoscopia e cirurgia robótica. Nos casos de cirurgias para o tratamento de câncer colorretal, o médico afirma que “há grande o qualidade no ato cirúrgico na retirada do tumor dos tecidos, com uma precisão incrível, o que diminui a dor do paciente e permite que ele possa voltar a se alimentar mais precocemente. Há também uma melhor experiência do paciente na redução das náuseas, o que é muito significativo para quem está em tratamento contra o câncer”.
Mesmo fora do eixo Rio-São Paulo, a equipe médica que atua com o dr. Gustavo no Sul do país se tornou referência em cirurgia minimamente invasivas para pacientes de todas as regiões do Brasil que buscam por uma cirurgia impecável. “Somos seis cirurgiões: três colorretais coloproctologistas, duas ginecologistas e um urologista. Normalmente o paciente chega até nós com o diagnóstico das doenças que temos grande expertise, porque já operamos há 11 anos e acumulamos a experiência de grandes centros internacionais, e isso é importante para os pacientes, porque eles buscam a segurança das mãos de bons profissionais e em um ambiente totalmente preparado”, explica.
Em geral, esses pacientes se dirigem até o Sul do Brasil por um destes diagnósticos: câncer no intestino, endometriose, doença diverticular, reconstrução no trânsito intestinal e doenças do assoalho pélvico, elencados em ordem de maior realização de cirurgias minimamente invasivas. Segundo Gustavo Becker, que atua como coordenador do Serviço de Proctologia, presidente do Comitê de Cirurgia Robótica do Hospital Unimed Litoral, professor da Universidade do Vale do Itajaí e vice-presidente da Sociedade Catarinense de Proctologia, “a procura ocorre pelos resultado e o resultado depende do cuidado e da grande atenção aos detalhes”.
Antes da cirurgia minimamente invasiva, assim como é necessário um preparo para se submeter às cirurgias tradicionais, o paciente precisa fazer uma suplementação para que o sistema imunológico colabore para uma melhor cicatrização e combata as infecções. “Adotados protocolos nacionais e internacionais de cuidados com os pacientes para melhorar e otimizar os resultados. Com isso, é possível reduzir o jejum pré-operatório, utilizar menos drenos e invadir o mínimo possível”, afirma Gustavo Becker.
Cirurgia minimamente invasiva: a melhor alternativa para os idosos
Com tantos benefícios, a cirurgia minimamente invasiva se consolida como a melhor alternativa também para os idosos, sobretudo para aqueles a partir de 60 anos que precisam se submeter a cirurgias. Além disso, pacientes na faixa dos 70, 80 e 90 anos já são comuns nos centros cirúrgicos para procedimentos minimamente invasivos.
As cirurgias minimamente invasivas vieram para revolucionar a medicina e oferecer tudo que tem de melhor ao paciente, tanto em termos de cirurgia, como de recuperação, estética, emocional. A taxa de sucesso é altíssima porque as complicações foram reduzidas com a implementação de cuidados extras e trabalho conjunto de multiespecialidades com equipe médica, nutricionistas, psicólogos, fisioterapeutas, enfermeiros, e os principais protocolos internacionais.
“Não trato doenças, trato pessoas. É o que faz valer a pena todo esforço para reduzir as complicações e para que as agressões aos pacientes sejam as menores possíveis”, conclui o especialista.