Descoberta do “Marco Zero” de Brasília durante obras de recuperação

Ana Priscila
Ana Priscila
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As obras de recuperação do pavimento asfáltico em concreto da passagem conhecida como Buraco do Tatu, que conecta os eixos Rodoviário Norte e Sul no Plano Piloto, estarão concluídas nesta quarta-feira, 31 de julho. O tráfego será reaberto aos veículos na quinta-feira, 1º de agosto, a partir das 9h30, beneficiando os 150 mil motoristas que utilizam o local diariamente.

O pavimento original, datado da construção de Brasília, havia se deteriorado após 60 anos de uso, ultrapassando sua vida útil. O investimento nas obras de restauração foi de aproximadamente R$ 2 milhões.

Durante as intervenções, a equipe do Departamento de Estradas de Rodagem do DF (DER-DF) fez uma descoberta inesperada: o “Marco Zero” do DF, que estava oculto sob o antigo pavimento de concreto. Documentos históricos do Arquivo Público do DF (ArPDF) ajudaram a localizar com precisão este marco, que simboliza o ponto escolhido por Lúcio Costa para a demarcação das construções e vias da cidade.

Conhecida também como “Estaca Zero” de Brasília, essa referência é fundamental para a numeração das distâncias das vias, servindo como o ponto de partida para a contagem das quilometragens a partir da cidade.

Em 20 de abril de 1957, o engenheiro e topógrafo Joffre Mozart Parada, chefe da equipe de topografia da Companhia Urbanizadora da Nova Capital (Novacap), marcou o ponto inicial na antiga Fazenda Bananal, onde Brasília começou a ser planejada.

“A Estaca Zero é um patrimônio histórico crucial para nossa cidade e para a história do Brasil. Nas rodovias, a principal forma de localização é através das placas de marcos quilométricos. Por exemplo, uma placa indicando “km 75” mostra que aquele ponto da estrada está a 75 km do marco zero”, explicou Fauzi Nacfur Júnior, presidente do DER-DF.

Definir o “Marco Zero” é essencial para a construção de uma cidade, pois é o ponto a partir do qual todas as referências urbanísticas são estabelecidas. A urbanização de Brasília foi planejada e organizada com base neste ponto inicial.

Para determinar a localização exata do “Marco Zero”, foi utilizado o marco geodésico Vértice nº 8, colocado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) no ponto mais alto da cidade, próximo ao cruzeiro, na atual Praça do Cruzeiro. A partir da Estaca Zero, a expansão de Brasília foi planejada e irradiada.

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