Nas eleições presidenciais do Equador, os candidatos Luisa González e Daniel Noboa emergiram como os mais votados, garantindo um lugar no segundo turno marcado para 15 de outubro.
Com mais de 85% dos votos apurados, Luisa González, que estava à frente nas pesquisas, liderou a corrida entre os oito concorrentes, conquistando 33% dos votos. Ela traz consigo uma forte conexão política, sendo herdeira do ex-presidente esquerdista Rafael Correa, um dos principais aliados do ex-presidente brasileiro Luís Inácio Lula da Silva na América do Sul.
Logo atrás está Daniel Noboa, com 24% dos votos, surpreendendo como a grande revelação deste primeiro turno. Com apenas 35 anos de idade, ele é filho do empresário e político Álvaro Noboa, que em 2006 disputou o segundo turno contra Correa.
Os demais candidatos reconheceram suas derrotas, consolidando a polarização entre González e Noboa.
Advogada de 45 anos, Luisa González é a única mulher na corrida presidencial do Equador. Ela possui mestrado em Economia Internacional e Desenvolvimento pela Universidade Complutense de Madri, além de experiência em diversas posições na administração pública durante o governo de Rafael Correa.
González ocupou cargos como secretária nacional da Superintendência de Empresas, vice-cônsul do Equador em Madri e vice-ministra de gestão do turismo. Ela reconhece o apoio de Correa e seu legado econômico, o que lhe confere uma sólida base de eleitores.
No entanto, sua associação clara com Correa também pode ser um obstáculo, uma vez que ele enfrenta resistência de uma parcela da população. Suas propostas incluem promessas de combate à corrupção, fortalecimento das forças de segurança e reestruturação de instituições que ela considera falidas.
Daniel Noboa, aos 35 anos, traz um ar fresco à política equatoriana. Filho de Alvaro Noboa, empresário de destaque e candidato presidencial em várias ocasiões, Daniel ingressa na corrida eleitoral com a Alianza Acción Democrática Nacional (ADN), que reúne grupos como o PID (Pueblo, Igualdad y Democracia) e o Mover.
Ele se descreve como um candidato de esquerda e centro-esquerda, distanciando-se dos rótulos tradicionais. Propõe responsabilidade fiscal e contas públicas ordenadas, além de promover a livre iniciativa aliada à responsabilidade social.
Noboa também pretende abordar questões de justiça e segurança, por meio de reformas no sistema judicial e na polícia. Sua proposta de governo busca equilibrar preocupações econômicas com políticas sociais abrangentes.
O cenário do segundo turno equatoriano será definido pela escolha entre Luisa González e Daniel Noboa. Enquanto González busca a presidência alinhada com o legado de Rafael Correa, Noboa apresenta-se como uma alternativa jovem e centrada em questões econômicas e sociais.
A eleição equatoriana no segundo turno promete ser um confronto interessante entre esses dois candidatos distintos, cada um com sua visão para o futuro do país. O resultado dessa disputa definirá o próximo líder da nação e as direções políticas que o Equador seguirá nos próximos anos.