O aumento de 1,9% no PIB brasileiro no primeiro trimestre de 2023 surpreendeu a maioria do mercado na economia, já que as previsões giravam em torno de 1,2%. Além disso, esse indicador também posicionou o Brasil no topo mundial.
Entre as economias de 49 países, o Brasil foi o quarto que mais cresceu nesse período. Esses dados foram compilados pela agência de classificação de risco Austin Rating.
As três primeiras posições foram ocupadas por Hong Kong (5,3%), Polônia (3,8%) e China (2,2%). Portanto, o Brasil superou outros países desenvolvidos, como Portugal (6º lugar, com 1,6%), Estados Unidos (9º lugar, com 1,3%) e Canadá (15º lugar, com 0,8%).
Porém, é importante lembrar que, como nossa economia produz menos em termos absolutos, é “mais fácil” para o Brasil ter um crescimento maior. Isso ocorre porque a base de cálculo é menor do que a dos Estados Unidos, por exemplo, segundo economistas.
Luiz Alberto Melchert, economista e doutor em História Econômica pela USP (Universidade de São Paulo), afirma que “mesmo enfraquecida, a economia do Brasil é grande demais para que essa regra se aplique plenamente”.
“O que ocorre é que, após uma série de resultados ruins, o denominador diminui, então os índices de crescimento podem parecer surpreendentes”, disse ao R7.
Bom desempenho não surpreende especialista:
Para Melchert, o PIB brasileiro no início deste ano não é surpreendente: “Tudo indicava o início de um ciclo virtuoso para os próximos anos”.
No entanto, ele acredita que o momento atual favorável não se manterá. Isso se deve à taxa de juros, atualmente fixada em 13,75% ao ano. “Na verdade, esse ciclo, em parte resultante da baixa taxa de juros anterior, pode ser anulado pela taxa de juros altíssima”, declarou.