Entre os anos de 2011 e 2021, as redes sociais deram primazia à imagem sobre o texto, gerando uma multiplicação de tendências impulsionadas por celebridades e influenciadoras.
Além disso, o ambiente virtual deu origem a uma infinidade de microtendências, devido à velocidade com que surgiam, priorizando a novidade mais do que a nossa capacidade de dominar uma técnica ou aproveitar um novo produto antes que outro já estivesse em evidência nos vídeos mais recentes.
Outra perspectiva pode considerar que tudo já havia sido ensinado e feito décadas antes, e agora, a reemergência dessas tendências se dava na velocidade que o capitalismo demandava: 24/7.
“A nova tendência viralizou e você dormiu 8 horas?” Uma realidade que lamentavelmente exclui os que não puderam acompanhar o frenesi. Se para os criadores de conteúdo é quase impossível acompanhar tudo, imagine para aqueles que consomem os inúmeros vídeos diariamente.
Qual é, então, a relevância de tantas tendências? Quem as batiza e como elas surgem, quase como um enigma a ser desvendado: “Tendências, de onde elas vêm, como vivem e do que se alimentam?”
Mais do que entendê-las, talvez seja necessário compreender os consumidores delas. Os usuários do TikTok buscam entretenimento, portanto, o foco das postagens deve ser algo que divirta os seguidores mais do que tente vender algo a eles.
Esse público, em sua maioria, não tem inicialmente a intenção de comprar, mas o fazem quando “esbarram” em algo que desperta seu desejo de consumo. Desejo esse que “nasce” de um belíssimo cavalo de Troia, composto por uma quantidade imensa de conteúdo postado sob uma hashtag específica + um novo conjunto de produtos. Entre esses dois elementos, brilha o item essencial para que você possa se integrar ao grupo.
É evidente que se trata menos de um tutorial no formato “aprenda a usar”, como visto no YouTube, e mais de uma coreografia visual, um sucesso momentâneo e uma edição com cortes rápidos, destinados a mostrar uma transformação. São vídeos breves, feitos para serem consumidos imediatamente, sem a necessidade de profundidade ou explicação.
O que antes servia como uma abordagem didática para mostrar o uso de maquiagem ou skincare, principalmente para um público inexperiente, hoje precisa ser, antes de tudo, divertido. Será que cada nova tendência do TikTok representa o início do declínio dos tutoriais tradicionais?
Com informações da CLAUDIA.