Fuja do ‘rali do lixo’ da bolsa brasileira; veja 10 recomendações para buscar lucro com ‘pé no chão’

Luiz Antônio
Luiz Antônio
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Felipe Miranda, CIO da Empiricus Research, aconselha cautela durante o rali de fim de ano na bolsa brasileira. Ele alerta para o chamado “rali do lixo”, onde a euforia do mercado pode impulsionar ações de empresas com fundamentos fracos. Em vez disso, Miranda recomenda comprar ativos sólidos e manter os pés no chão. Ele destaca que o momento positivo na bolsa brasileira está relacionado ao ciclo de cortes na taxa Selic e ao desconto em empresas de qualidade devido ao período de juros elevados.

O que é ‘rali do lixo’? Essa é a expressão que Felipe Miranda usou em seu podcast “Ideias Antifrágeis” para descrever um movimento bem conhecido na bolsa brasileira: o momento em que as circunstâncias macro provocam uma euforia que têm efeito positivo em todo tipo de ação – até mesmo aquelas sem boas perspectivas de entregar resultados sólidos.

Ou seja, as “estrelas” da bolsa valorizam, mas o “lixo” vem logo atrás. E esse é um fenômeno tão generalizado que é como se as ações “ruins” tivessem um rali próprio. Isso acontece porque observamos algumas sinalizações positivas para a renda variável nos últimos meses. Para começo de conversa, o rali por aqui foi em parte motivado pelo rali de Wall Street – uma série de resultados favoráveis nos índices americanos, depois que os dados da inflação do país aumentaram a expectativa do fim do aperto monetário. No cenário doméstico, o otimismo tem a ver com o fim do ciclo de alta da Selic, depois de os juros terem castigado os ativos de risco no Brasil por longos meses.

Agora, com a expectativa de mais cortes nos próximos meses, o prêmio de risco da bolsa brasileira vai ficando cada vez mais atrativo. Também ajuda o fato de que muitos dos ativos da bolsa brasileira estão extremamente descontados, depois do longo período de Selic nas alturas. Então, é possível comprar empresas de qualidade por preços vantajosos e esperar as valorizações – que, segundo Felipe Miranda, estão a caminho. Esse movimento parece, inclusive, já ter começado. Apesar de ter tido dias bons e ruins, o desempenho geral do Ibovespa, principal índice da bolsa brasileira, tem surpreendido os especialistas. O índice atingiu a marca dos 125 mil pontos em novembro, e teve uma alta de 10% desde o começo do mês. No ano, a alta já é de 18.98%.

Mas tem um detalhe: as altas englobam tanto as empresas boas quanto as ruins. Em momentos de otimismo como este, é comum que as altas sejam quase generalizadas, e que a euforia faça alguns investidores investirem até mesmo no “lixo” – empresas pouco sólidas, de fundamentos fracos. Isso faz com que essas ações também se valorizem, mas as altas não se sustentam no médio e longo prazo – e quem investiu sem critério acaba perdendo dinheiro.

Por isso, é preciso tomar cuidado e não se deixar levar pelas altas. Felipe Miranda orienta: “Não vai achar também que agora vai subir todo dia. Tem que ter o pé no chão, comprar coisa boa. Não alavanca, não vai comprar lixo… até está tendo um ‘rali do lixo’. O lixo sobe nessa primeira etapa mesmo com cobertura de short, e tudo mais, mas não precisa se meter nessas coisas. [Tem empresas] tendo 12% de retorno real. Por que você vai comprar coisa tóxica?”

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