Quando as ondas de Teahupoo crescem, todos os surfistas sabem que Gabriel Medina é o grande adversário a ser superado. Bicampeão do evento da WSL e tricampeão mundial, o brasileiro enfrentou Kanoa Igarashi, que foi o responsável pela sua eliminação nas Olimpíadas de Tóquio. O reencontro ocorreu nas oitavas de final e, desde o início, Medina demonstrou sua supremacia sobre a onda. O brasileiro obteve uma nota impressionante de 9.90 logo no começo da bateria, controlou o ritmo da disputa e avançou para as quartas de final com facilidade. Outro brasileiro que se destacou foi João Chianca, que superou o marroquino Ramzi Boukhiam e agora vai enfrentar Gabriel na próxima fase em um duelo inteiramente brasileiro. Tatiana Weston-Webb, Luana Silva e Tainá Hinckel ainda têm suas baterias a disputar hoje. Filipe Toledo foi eliminado pelo japonês Reo Inaba e deixou as Olimpíadas.
Nos Jogos Olímpicos de Tóquio, Gabriel Medina perdeu na semifinal para Kanoa Igarashi em uma bateria controversa, que gerou provocações por parte do japonês. Nesta edição, o reencontro aconteceu nas oitavas de final e, novamente, em uma onda que Medina domina. Desde 2014, quando Medina venceu a etapa – e depois em 2018 -, o pior resultado do brasileiro foi uma semifinal.
No segundo embate olímpico entre os dois surfistas, Medina mostrou seu domínio absoluto. Com uma nota quase perfeita, ele eliminou o japonês. As oitavas de final continuam com João Chianca disputando a sexta bateria contra o marroquino Ramzi Boukhiam em busca de uma vaga nas quartas de final. Tati, Luana e Tainá também estão nas oitavas de final do feminino.
“Nunca imaginei que estaríamos mostrando ao mundo esse nível de surfe. Não é sempre que pegamos condições assim. Estou vivendo um sonho ao representar meu país. Está desafiador, mas é assim que é interessante surfar. Está incrível, eu amo essas condições”, disse Gabriel Medina com entusiasmo.
Na quinta bateria do dia, Medina enfrentou Kanoa Igarashi em um duelo de peso no surfe. Ambos carregam uma rivalidade desde as últimas Olimpíadas de Tóquio. Mas, nesta edição, o brasileiro parecia estar em casa nas ondas desafiadoras de Teahupoo. Logo no início da disputa, ele surfou uma onda espetacular, pediu um 10 para os juízes, mas ficou com um 9.90, a maior nota das Olimpíadas até aquele momento.
O japonês ainda tentou reagir no meio da bateria, mas suas notas ficaram na casa dos três pontos. Enquanto isso, Medina continuou a dominar, conseguiu um 7.50 com um excelente tubo e manteve a liderança até o final. O tricampeão mundial superou o japonês com um total de 17.40 pontos.
João Chianca teve uma disputa difícil contra o marroquino Ramzi Boukhiam, em um momento em que o mar estava perfeito. Na hora da bateria, as ondas estavam impecáveis, e João Chianca mostrou sua habilidade e técnica em tubos para a esquerda. O brasileiro abriu com uma nota de 8.33, enquanto o marroquino obteve 9.30.
O melhor ainda estava por vir. Chianca fez um drop muito desafiador e assumiu a liderança com um 9.30. O marroquino respondeu rapidamente com outra onda de nota ainda mais alta, 9.70, e virou a bateria.
Nos últimos cinco minutos, Chianca precisava de uma nota na casa dos 8 pontos. E ele conseguiu. Conseguiu um 8.80 e manteve a liderança até o final, avançando para enfrentar Gabriel Medina nas quartas de final.
Resultados das oitavas:
- Alonso Correa 15.00 x Jordy Smith 12.20
- Filipe Toledo 2.46 x Reo Inaba 6.00
- Kauli Vaast 15.10 x Griffin Colapinto 13.83
- Joan Duru 18.13 x Alan Cleland 15.17
- Gabriel Medina 17.40 x Kanoa Igarashi 7.04
- João Chianca 18.10 x Ramzi Boukhiam 17.80
- John John Florence 9.07 x Jack Robinson 13.94
- Ethan Ewing x Connor O`Leary
Dos 21 países representados no surfe nos Jogos Olímpicos, o Brasil chegou com a maior delegação. Com seis competidores em Teahupoo – agora com cinco após a eliminação de Toledo – o Brasil busca seu segundo título. Italo Ferreira foi o primeiro e único medalhista de ouro na história do surfe, que estreou nas Olimpíadas em 2021. Nesta edição, o Comitê Olímpico Internacional optou por não realizar as competições de surfe na França devido à baixa qualidade das ondas nesta época do ano.