Globo 60 anos: festa tem climão, sumiço de estrelas e resgate de Regina Duarte em noite de egos e nostalgia

Redação TEV
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O que era para ser uma noite de celebração virou um verdadeiro desfile de tensões e vaidades. A festa dos 60 anos da TV Globo, realizada nesta segunda-feira (28) na Farmasi Arena, no Rio de Janeiro, reuniu grandes nomes da emissora em uma comemoração luxuosa, mas repleta de ausências sentidas, reencontros polêmicos e um certo gosto de passado mal resolvido.

Regina Duarte: o retorno que ninguém esperava

Um dos momentos mais comentados da noite foi a presença inesperada de Regina Duarte, longe das novelas da casa há anos — e ainda mais afastada depois do seu envolvimento político durante o governo Bolsonaro. Sua aparição surpreendeu colegas e dividiu opiniões nos bastidores. Para muitos, a atriz foi “resgatada do limbo” pela emissora como uma tentativa de reconciliação com a história da teledramaturgia. Afinal, ela foi por décadas uma das maiores estrelas da casa.

“Foi estranho ver a Regina ali, como se nada tivesse acontecido”, comentou, em off, uma veterana do elenco. Apesar do sorriso no rosto e dos flashes, a recepção entre colegas foi fria — muitos optaram por não cumprimentá-la.

O silêncio sobre “Vale Tudo”

Se por um lado a Globo relembrou sucessos históricos como Roque Santeiro, Avenida Brasil e Laços de Família, a novela Vale Tudo, considerada um divisor de águas na dramaturgia brasileira, foi praticamente ignorada durante a homenagem. Coincidência ou recado?

O elenco original da novela, que conta com nomes como Glória Pires, Beatriz Segall (in memoriam) e Reginaldo Faria, não foi chamado ao palco nem mesmo citado nas projeções principais da noite. A ausência foi notada por fãs da teledramaturgia e gerou comentários nas redes sociais, levantando suspeitas de que a escolha foi proposital — e política.

Ausências e climão

Além disso, várias estrelas atuais da emissora simplesmente não apareceram, entre elas Cauã Reymond, Paolla Oliveira e Grazi Massafera. Especulações nos bastidores sugerem desde conflitos de agenda até descontentamento com os rumos da emissora.

Internamente, também chamou atenção o fato de que atores novatos tiveram mais tempo de fala e destaque que muitos veteranos, o que incomodou parte do elenco antigo. Um figurão chegou a dizer que a festa parecia “mais um tapete vermelho para as novas apostas do que uma homenagem real aos 60 anos”.

A festa e seus exageros

Apesar dos pesares, o evento foi um espetáculo visual. Palco 360º, efeitos de luz dignos de premiação internacional e uma cenografia que levava o público por um túnel do tempo da emissora. As atrações musicais ficaram por conta de nomes como IZA, Toni Garrido e Sandy, que revisitaram trilhas sonoras históricas das novelas.

Os comes e bebes? Altíssimo nível: menu assinado por chefs renomados e drinques temáticos com nomes de novelas como “Cravo & Canela” e “Amor à Primeira SIP”.

Mas, segundo convidados, o brilho da estrutura não apagou a sensação de que o evento foi mais uma tentativa de reafirmação da Globo em tempos de streaming e crise de audiência do que uma celebração autêntica e afetuosa da sua história.


Resumo da noite:

  • Regina Duarte voltou e gerou desconforto;
  • Elenco de Vale Tudo foi ignorado;
  • Grandes nomes da atualidade não apareceram;
  • Clima dividido entre nostalgia e recalque;
  • Luxo, música e muita pose para foto.

A festa foi bonita, mas os bastidores provaram que, nos 60 anos da Globo, o drama continua sendo o carro-chefe — dentro e fora das telinhas.

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