Impacto da posição de dormir na qualidade do sono: Estudo revela a melhor postura

Ana Priscila
Ana Priscila
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A posição em que você adormece pode impactar significativamente a qualidade do sono. Segundo pesquisadores da Universidade Stony Brook, nos Estados Unidos, dormir de lado, em comparação com dormir de costas ou de barriga para baixo, ativa o sistema linfático e pode facilitar a remoção mais eficaz de “resíduos cerebrais”.

O estudo, divulgado no Journal of Neuroscience, investigou as vias do sistema glinfático (responsável pela eliminação de resíduos do sistema nervoso central) em modelos de roedores para entender como a postura corporal influencia a remoção de substâncias consideradas desnecessárias pelo cérebro durante o sono.

A pesquisa revelou que a posição lateral foi a mais eficiente para o transporte glinfático, em comparação com as posições de costas ou de barriga para baixo. Isso é crucial, pois o acúmulo desses resíduos, como as proteínas β amiloide (amiloide) e tau, está associado ao desenvolvimento de doenças como Alzheimer e outras condições neurológicas.

“A análise consistentemente demonstrou que o transporte glinfático foi mais eficiente na posição lateral do que nas posições supina ou prona”, afirma Helene Benveniste, pesquisadora do estudo.

Utilizando técnicas avançadas de ressonância magnética, os pesquisadores puderam validar esses dados e entender melhor como a postura corporal afeta o processo de limpeza dos “resíduos cerebrais”.

Benveniste acrescenta: “Este estudo reforça a ideia de que o sono desempenha uma função biológica essencial, que é ‘limpar’ a bagunça acumulada durante o estado de vigília. Distúrbios do sono estão associados a muitos tipos de demência, incluindo Alzheimer, e é cada vez mais reconhecido que esses distúrbios podem acelerar a perda de memória. Nossas descobertas oferecem novos insights ao mostrar a importância da posição de sono nesse processo”.

Além disso, de acordo com um estudo publicado na revista Nature Neuroscience, o sono desempenha um papel crucial em reiniciar o “sistema operacional” do cérebro, restaurando-o para um estado ideal que otimiza o pensamento e o processamento. Isso é essencial, considerando o cérebro como um computador biológico cujos recursos são esgotados durante o período de vigília.

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