Inovação em saúde: dispositivo eletrônico para disfunção erétil

Redação TEV
Redação TEV
Tempo de Leitura 4 min

Um pesquisador brasileiro baseado na Suíça desenvolveu um dispositivo eletrônico que promete ser uma solução discreta para homens que enfrentam dificuldades de ereção.

Embora a disfunção erétil ainda seja um tema tabu, estima-se que 150 milhões de homens no mundo enfrentem esse problema. Após mais de uma década de pesquisa, Rodrigo Araújo criou um equipamento discreto para tratar e resolver esse problema.

Como funciona o dispositivo chamado CaverSTIM, também conhecido como “viagra eletrônico”?
Funciona como um marcapasso, implantando eletrodos através de cirurgia na região pélvica. Ao ser ativado por controle remoto, o estimulador envia impulsos aos nervos responsáveis pela ereção.

Todo o processo é interno, não havendo componentes visíveis que exponham o usuário.

Os impulsos são iniciados através do controle remoto. Quando ativado, os eletrodos começam a enviar estímulos, substituindo a função dos nervos afetados na disfunção erétil, resultando na ereção.

Embora necessite de ativação, os pesquisadores enfatizam que o processo é discreto. O controle remoto pode ser mantido próximo, como na mesa de cabeceira, junto com preservativos, permitindo ativação discreta durante o momento adequado.

Atualmente, o “viagra eletrônico” está em fase de testes com pacientes que passaram por remoção da próstata. Durante essa cirurgia, é comum que os nervos sejam danificados, eventualmente resultando em disfunção erétil.

Nesses casos, o dispositivo é utilizado como terapia, permitindo que o paciente administre estímulos através do botão. Todo o processo é acompanhado por profissionais de saúde. Após alguns meses de uso, os pacientes conseguem retomar sua vida sexual normalmente.

Os pesquisadores relatam que 12 pacientes nessas condições receberam o dispositivo e recuperaram a função erétil sem a necessidade frequente de usar o controle remoto. Em outras palavras, experimentaram ereções naturais.

“Este resultado é extremamente inovador. A cirurgia salva o paciente, mas o medo de perder a vida sexual pode levá-los a adiar o tratamento até que a condição piore. Se os resultados continuarem positivos, será uma mudança significativa”, explica Rodrigo Araújo.

Por que é tão inovador?
Atualmente, os tratamentos mais comuns para disfunção erétil incluem medicamentos como citrato de sildenafila (Viagra) e tadalafila (Cialis). Em 2023, o sistema de saúde britânico distribuiu um número recorde de quatro milhões de medicamentos para disfunção erétil.

No entanto, cerca de 30% dos homens não respondem a esses medicamentos, exigindo métodos mais invasivos e que expõem o paciente durante o sexo, como injeções penianas e próteses.

As injeções penianas são frequentemente usadas para estimular o fluxo sanguíneo no pênis, requerendo aplicação de cinco a quinze minutos antes da atividade sexual. Esse procedimento pode ser constrangedor para o paciente.

A outra opção é a prótese peniana, onde dois cilindros são implantados cirurgicamente ao longo do pênis, juntamente com uma bomba no escroto. Embora seja interno, o paciente precisa ativar o dispositivo para alcançar a ereção.

Ambas as opções são consideradas constrangedoras e pouco naturais para quem sofre com a disfunção erétil. O dispositivo desenvolvido por Araújo busca proporcionar conforto e discrição.

Atualmente em fase de testes com pacientes nos Estados Unidos, Austrália e Brasil, o dispositivo foi bem recebido por 12 pacientes que o utilizaram por pelo menos seis meses sem relatar efeitos colaterais significativos.

Os pesquisadores agora planejam expandir o teste para incluir 150 homens, com a expectativa de que o dispositivo seja submetido à aprovação regulatória e esteja disponível no mercado até 2027.

Compartilhe este artigo