Inovações no Meu SUS Digital prometem melhorar o acesso à saúde no Brasil

Redação TEV
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O aplicativo Meu SUS Digital superou a marca de 30 funcionalidades, ampliando o acesso da população a informações de saúde e serviços diretamente pelo celular. As novas inovações incluem o registro de atendimentos clínicos nas Unidades Básicas de Saúde, possibilitando a avaliação da qualidade do atendimento e das condições dos estabelecimentos. Esta iniciativa faz parte da estratégia do Ministério da Saúde para promover a transformação digital no SUS.

Com mais de 50 milhões de downloads e 4,5 milhões de usuários ativos, o Meu SUS Digital se destaca como o aplicativo gratuito mais baixado na categoria saúde. O aumento das funcionalidades oferece mais autonomia aos usuários, permitindo um melhor acompanhamento da própria saúde e cuidados pessoais, além de fornecer dados valiosos para o aprimoramento das políticas públicas e eficiência da assistência. A nova função de avaliação dos atendimentos nas Unidades Básicas de Saúde, por exemplo, é uma parte importante da estratégia de reestruturação da Saúde da Família. Em breve, o aplicativo também permitirá o acompanhamento de consultas, exames e procedimentos em toda a rede do SUS.

A plataforma está promovendo a inclusão e a interatividade ao permitir que os usuários registrem sua autodeclaração de raça, etnia, nome social e endereço. Essas informações são essenciais para o monitoramento dos indicadores de saúde e para o planejamento de políticas públicas que promovam equidade.

Além disso, o aplicativo oferece acesso à carteira nacional de vacinação com emissão de certificados, autorização para retirada gratuita de absorventes pelo programa Dignidade Menstrual e histórico da dispensação de medicamentos do programa Farmácia Popular. Em breve, será possível acessar receitas e medicamentos oferecidos pelo SUS. O Meu SUS Digital também inclui funcionalidades inovadoras, como o acompanhamento da fila de transplantes e a emissão da carteirinha de doador de sangue.

O aplicativo prevê ainda o acesso ao prontuário eletrônico do paciente durante a consulta, expansão da telessaúde, diagnóstico da maturidade em saúde digital das cidades e planejamento de ações regionais, com base na Rede Nacional de Dados em Saúde (RNDS).

O Governo Federal destinou recursos de R$ 460 milhões para a transformação digital do SUS, considerando a necessidade de combater desigualdades e ampliar o acesso a serviços de saúde em regiões carentes. A Secretaria de Informação e Saúde Digital criou um índice para distribuir esses recursos de forma a priorizar áreas com falta de assistência e conectividade.

O Meu SUS Digital, lançado em março, foi apresentado em coletiva nesta terça-feira (16) em Brasília. A ministra Nísia Trindade destacou a importância do SUS, que, segundo ela, está passando por uma “transição digital” para beneficiar a população. “Estamos lidando com um sistema universal que realiza 2,8 bilhões de atendimentos por ano e continua a evoluir. Todos já utilizamos o SUS de alguma forma, seja para vacinação ou atendimento do SAMU”, observou.

Uma das novas funcionalidades permite aos profissionais de saúde acessar o prontuário eletrônico unificado durante a consulta, garantindo a continuidade do cuidado em toda a rede de serviços do país. A secretária de Informação e Saúde Digital, Ana Estela Haddad, enfatizou as melhorias que isso trará: “Anteriormente, o prontuário eletrônico estava disponível apenas na unidade onde o paciente foi atendido. Agora, ele estará acessível em toda a rede de saúde, garantindo qualidade e continuidade no atendimento”.

A interoperabilidade promovida pela RNDS permite que o Brasil ofereça o Sumário Internacional do Paciente, que fornece dados básicos de saúde, como medicamentos em uso e alergias, para consultas durante viagens internacionais.

O Brasil já possui mais de 1,8 bilhão de registros na RNDS, incluindo 1,2 bilhão de registros de imunobiológicos, 163 milhões de atendimentos clínicos e 304 milhões de registros de regulação assistencial, entre outros.

A telessaúde é uma das principais ações do SUS Digital, ampliando o acesso a diagnósticos e consultas especializadas. Nos últimos dois anos, foram realizadas 4,6 milhões de ações de telessaúde, e o número de núcleos de telessaúde aumentou de 10 para 24 em 15 estados.

Além disso, o Novo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) conectará cerca de 10 mil Unidades Básicas de Saúde até 2026, com critérios de expansão do SUS Digital focando em regiões remotas e vulneráveis.

Como parte da estratégia de enfrentar desigualdades, o Ministério da Saúde implantou o primeiro ponto de telessaúde em uma comunidade quilombola no Pará e um ponto em um bairro periférico do Rio de Janeiro. A iniciativa também está presente em áreas indígenas no Amazonas e no Mato Grosso.

Os dados do Índice Brasileiro de Conectividade (IBC) revelam que estados como Maranhão, Roraima, Amazonas, Piauí e Pará têm menor conectividade, enquanto o Distrito Federal e outros estados têm alta conectividade. O Governo Federal investirá R$ 464 milhões para promover a transformação digital equitativa em todo o Brasil. O Índice Nacional de Maturidade em Saúde Digital ajudará a avaliar e planejar ações específicas para cada região, com a fase de diagnóstico situacional concluída em 113 macrorregiões. O próximo passo é desenvolver Planos de Transformação para Saúde Digital baseados nos desafios regionais.

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