Lula no Paraguai e os rumores da Reforma Ministerial: Estratégias políticas em foco

Ana Priscila
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O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) embarcou na tarde desta segunda-feira (14) para Assunção, no Paraguai. Ele participará, na terça-feira (15), da cerimônia de posse do novo presidente paraguaio, Santiago Peña.

Santiago Peña, membro do partido que domina a política paraguaia desde os anos 50, foi eleito em abril ao principal cargo do país. O economista já foi ministro da Fazenda durante o governo de Horácio Cartes (2013 a 2018).

De acordo com o Planalto, a visita de Lula faz parte dos esforços para a retomada da política externa do governo brasileiro, com foco nos países parceiros da América do Sul.

Em abril, ao parabenizar Peña pela vitória na disputa presidencial paraguaia, Lula afirmou que os países trabalharão juntos por relações cada vez melhores e mais fortes.

Brasil e Paraguai têm uma longa história de relações diplomáticas, estratégicas e comerciais. Dados do Banco Central paraguaio mostram que o Brasil é o principal destino das exportações do país e o segundo em importações.

Lula e Peña já se reuniram em outras duas ocasiões este ano para discutir a cooperação entre as nações.

O Ministério das Relações Exteriores do Brasil destacou como pontos das conversas o combate a crimes transnacionais, as relações com o Mercosul e a parceria dos países na gestão da usina hidrelétrica de Itaipu.

Ao retornar ao Brasil, líderes partidários do Congresso esperam que Lula retome as negociações para acomodar novos partidos nos comandos de ministérios. Isso faz parte dos esforços do Planalto para ampliar a base de apoio governista no Parlamento, especialmente na Câmara dos Deputados.

No início deste mês, o petista indicou que aceleraria as tratativas após sua participação na Cúpula da Amazônia, encerrada em 9 de agosto. No entanto, o avanço ainda não ocorreu.

Embora sinalizações oficiais não tenham sido feitas, especulações continuaram nos últimos dias.

Em troca de votos, líderes de partidos do chamado Centrão — um bloco informal na Câmara que reúne legendas de centro e centro-direita — têm pressionado por nomeações em estatais, bancos públicos e ministérios.

No último dia 4, o ministro Alexandre Padilha (Relações Institucionais), responsável pela articulação política do Planalto, afirmou que pelo menos dois nomes já foram dados como certos por Lula na dança das cadeiras na Esplanada dos Ministérios:

  • Deputado André Fufuca (MA), líder do PP na Câmara;
  • Deputado Silvio Costa Filho (Republicanos-PE).

Padilha não indicou quais pastas os parlamentares assumirão.

O PP, de Fufuca, tem buscado o comando do Ministério do Desenvolvimento Social e da Caixa Econômica Federal.

O partido Republicano, de Costa Filho, tem manifestado interesse em liderar a pasta do Esporte.

Lula já afirmou publicamente que não pretende fazer mudanças no Ministério do Desenvolvimento Social, responsável pela gestão do Bolsa Família e outros programas sociais do governo.

Parlamentares também têm sugerido a possibilidade de desmembrar ministérios, como o de Portos e Aeroportos, e criar novas pastas.

Atualmente, esses ministérios são liderados por aliados próximos a Lula:

  • Ministério do Desenvolvimento Social: Wellington Dias, ex-governador do Piauí, eleito senador pelo PT em 2022 e membro da equipe de campanha de Lula para a presidência;
  • Ministério do Esporte: Ana Moser, ex-atleta e indicada para o comando da pasta na cota pessoal de Lula;
  • Ministério de Portos e Aeroportos: Márcio França, membro do PSB derrotado na corrida para o Senado em São Paulo.
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