O líder do Hamas, Ismail Haniyeh, faleceu em Teerã, Irã, conforme anunciaram a Guarda Revolucionária do país e o próprio grupo palestino, que responsabilizou Israel pelo ataque. Haniyeh estava no Irã para participar da posse do novo presidente iraniano, Masud Pezeshkian, quando foi atingido.
A Guarda Revolucionária do Irã declarou que o ataque à residência de Haniyeh resultou na morte dele e de um de seus seguranças. Ainda não há confirmação sobre a origem do ataque, mas a agência de notícias Fars relatou que Haniyeh foi “assassinado por um projétil aéreo”.
O Exército israelense ainda não se pronunciou sobre o incidente. Países como Turquia, China, Rússia e Catar condenaram o assassinato e expressaram preocupação com a possibilidade de agravamento do conflito. O Catar, que atua como mediador nas negociações de cessar-fogo em Gaza, e a Turquia alertaram que o ataque pode expandir a guerra para uma dimensão regional e minar as chances de paz.
Musa Abu Marzuk, membro do gabinete político do Hamas, classificou o assassinato como um ato de covardia e prometeu represálias. O presidente da Autoridade Palestina, Mahmud Abbas, pediu que os palestinos permaneçam unidos e firmes contra a ocupação israelense.
Haniyeh, que foi uma figura pragmática dentro do Hamas e manteve boas relações com várias facções palestinas, ingressou no grupo em 1987, durante a primeira Intifada. Ele assumiu a liderança política do Hamas em 2017, após ter sido primeiro-ministro palestino.
O Irã, que apoia a causa palestina desde a Revolução Islâmica de 1979, celebrou o ataque de 7 de outubro do Hamas contra Israel, embora tenha negado qualquer envolvimento direto. O Hamas faz parte do “eixo da resistência”, uma aliança com grupos pró-Irã como o Hezbollah e os houthis.
As hostilidades entre os grupos aliados ao Irã e Israel se intensificaram desde o início da guerra em Gaza, com ataques constantes na fronteira entre Israel e o Líbano, e ataques dos houthis contra cidades israelenses. Recentemente, o Exército israelense atacou um reduto do Hezbollah em Beirute, resultando na morte de um comandante do grupo, embora o Hezbollah não tenha confirmado sua morte.