O crescimento dos “nômades digitais” e seus impactos globais

Ana Priscila
Ana Priscila
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O surgimento do trabalho à distância deu origem ao fenômeno dos “nômades digitais”, indivíduos que não têm um local fixo de trabalho. Nos Estados Unidos, o número de nômades digitais cresceu substancialmente, chegando a quase 17 milhões de pessoas, um aumento de 131% em relação a 2019, antes da pandemia de COVID-19. A tendência é global, com cerca de 35 milhões de nômades digitais em todo o mundo, e estima-se que esse número alcance a marca de 1 bilhão até 2035.

Esse novo modo de vida está causando transformações significativas em algumas cidades. A Cidade do México, por exemplo, firmou uma parceria com a Unesco para se promover como um centro global para trabalhadores remotos e turismo criativo. Em apenas três anos, o número de acomodações temporárias na cidade triplicou.

No entanto, o aumento da demanda por acomodações está gerando problemas em algumas cidades. Proprietários estão convertendo suas residências em locais voltados para nômades digitais, o que distorce o mercado imobiliário e prejudica a população local. Isso está ocorrendo em Lisboa, onde a pesquisa de uma organização que monitora a crise habitacional no país revelou que um apartamento de um quarto nos bairros mais procurados pelos nômades digitais chega a custar cerca de 800 euros por mês, superando o salário mínimo em Portugal, que é de 760 euros.

Gonçalo Hall, CEO da NOMADX, compartilha preocupações sobre a dificuldade em encontrar acomodações acessíveis em Lisboa, e como a cidade está se tornando menos acessível para os residentes locais, especialmente no centro da cidade. Este fenômeno destaca a necessidade de encontrar um equilíbrio entre o turismo, a população local e os nômades digitais nas cidades afetadas por essa tendência crescente.

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