Esse movimento acompanhou a valorização global da moeda americana, devido a incertezas sobre o aperto monetário nas economias desenvolvidas. Além disso, a realização de lucros acumulados nos últimos pregões e a sazonalidade de fim de trimestre e semestre também contribuíram para o desempenho do dólar frente ao real.
Tanto fatores externos quanto internos influenciaram a performance negativa do real em comparação com outras moedas emergentes. Durante toda a sessão, o dólar manteve-se em alta em relação ao real, oscilando entre a mínima de R$ 4,8132 (+0,30%) e a máxima de R$ 4,8716 (+1,52%). O contrato de dólar futuro para junho movimentou US$ 15 bilhões no dia.
No âmbito doméstico, profissionais de mercado avaliam que houve uma realização de lucros após o dólar ter atingido o menor nível do ano, cotado a R$ 4,7672, dois dias antes do fechamento do semestre. Além disso, a compra de dólares por empresas em busca de remessas de dividendos para matrizes estrangeiras também contribuiu para a desvalorização do real.
A alta global do dólar também impulsionou seu desempenho em relação ao real. O índice DXY, que mede o desempenho do dólar em relação a uma cesta de seis moedas fortes, avançou 0,49% no mercado doméstico. Os temores em relação aos próximos passos da política monetária foram provocados por declarações de dirigentes do Federal Reserve (Fed, o banco central americano), Banco Central Europeu (BCE) e Banco da Inglaterra (BoE) durante um fórum da autoridade monetária europeia em Sintra, Portugal. Os presidentes dos bancos centrais concordaram que serão necessários novos aumentos nas taxas de juros para controlar a inflação, embora não tenham previsto recessão nas economias.
Como resultado, a ferramenta de monitoramento do CME Group mostrou uma probabilidade de 81,4% de aumento de 25 pontos-base na taxa dos Fed Funds na próxima reunião do Fed, em comparação com 76,9% do dia anterior. Apesar do aumento acima de 2% nos preços do petróleo, o desempenho do real e de outras moedas de países exportadores de commodities foi limitado na sessão devido às quedas nos preços da soja (-2,26%) e do milho (-4,32%) na Bolsa de Chicago.