O trabalho remoto transforma profissionais brasileiros em ‘Global Workers’

Ana Priscila
Ana Priscila
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O avanço do trabalho remoto está redefinindo o cenário profissional global, conectando indivíduos a oportunidades internacionais sem precedentes. Dois grupos distintos emergiram nesse contexto: os nômades digitais, que adotaram um estilo de vida sem amarras geográficas, e os ‘Global Workers’, profissionais remotos que conquistaram posições valiosas no mercado internacional enquanto permanecem em suas cidades de origem.

O Brasil testemunhou um notável crescimento dessa carreira internacional entre 2020 e 2022, com um aumento impressionante de 491% no número de ‘Global Workers’, cujos salários podem chegar a até R$ 29 mil, de acordo com a pesquisa “Global Workers 2023 – Um Panorama dos Profissionais Brasileiros que Trabalham para o Exterior,” conduzida pela fintech Husky.

A pesquisa envolveu 1.629 participantes, dos quais 86,7% eram profissionais brasileiros que trabalham para empresas estrangeiras enquanto residem no Brasil. Surpreendentemente, 94,9% deles possuem formação superior, com destaque para áreas de Exatas e tecnologia (75,7%). Além disso, a pesquisa revelou que muitos desses profissionais pertencem às gerações Millennial e Z, com uma idade média de 31 anos.

Os ‘Global Workers’ têm predominantemente formações em Ciências Exatas (75,6%) e tecnologia, com cursos em Ciência da Computação (23,1%) e Sistemas de Informação (14,3%) liderando as preferências. A maioria deles trabalha no setor de tecnologia, desempenhando funções como desenvolvedores de software para empresas estrangeiras.

Surpreendentemente, 77,7% dos ‘Global Workers’ não se consideram nômades digitais e mantêm residência fixa. A maioria (98,1%) vive no Brasil, preferindo cidades menores (46%) em vez das grandes capitais (54%). Essa escolha é motivada pela proximidade com a família e amigos (41,5%) e pela valorização do salário quando convertido para a moeda local (33,2%).

Portugal (38,7%), Espanha (16,1%), Canadá (16,1%) e Itália (6,5%) são os principais destinos de emprego para os brasileiros ‘Global Workers’. No entanto, o domínio do inglês é fundamental, especialmente para profissionais de tecnologia, devido à diversidade das equipes de trabalho.

Os ‘Global Workers’ geralmente recebem salários em moedas estrangeiras, sendo que 80,1% deles recebem em dólares americanos. A renda média é impressionante, atingindo R$ 29.208. Além disso, muitos são investidores, com a maioria optando por investimentos de renda fixa (68,8%) e variável (48,1%).

A maioria dos ‘Global Workers’ é contratada exclusivamente por empresas estrangeiras (87%) e está satisfeita com o status de Pessoa Jurídica (79,8%). As áreas de atuação mais comuns incluem Engenharia de Software (63,5%) e TI (12,9%). Muitos desses profissionais estão focados em avançar em suas carreiras (45,9%) e estão comprometidos em aprimorar suas habilidades por meio de cursos e networking.

O surgimento dos ‘Global Workers’ representa uma tendência notável no mercado de trabalho brasileiro, impulsionada pelo trabalho remoto e pela valorização da flexibilidade, proporcionando a oportunidade de uma carreira internacional de sucesso sem a necessidade de deixar o Brasil. É uma transformação que oferece oportunidades significativas para profissionais talentosos em busca de novos horizontes.

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