Muitas pessoas desconhecem os riscos associados à preparação inadequada de ossos como petiscos para seus cães. Embora os ossos possam ser uma ótima forma de gastar energia e estimular a saúde bucal dos animais de estimação, alguns processos, como o cozimento, podem torná-los perigosos para a saúde dos cães.
A médica veterinária Camila Sakavicius, de Campinas (SP), enfatiza que a melhor opção para os animais de estimação é o osso natural, mas com uma importante ressalva: ele não deve ser cozido, assado ou frito, deve ser fornecido cru.
“Não é recomendável usar osso que tenha sido cozido, como os que vêm de costelas, sopas, churrascos ou frituras. Quando o calor é aplicado ao osso, ele sofre modificações estruturais que podem resultar em pontas cortantes, representando um risco para o sistema digestivo do cão, podendo até mesmo levar à morte”, alerta.
Sakavicius também compartilha uma dica fundamental: antes de oferecer um osso natural ao cão, é essencial congelá-lo por pelo menos 48 horas. Esse processo tem a finalidade de eliminar quaisquer riscos de contaminação.
“O congelamento é uma medida preventiva que evita o desenvolvimento de bactérias, agindo como uma espécie de esterilização para tornar o osso seguro para o consumo do cão”, destaca a veterinária.
Levando em consideração essas orientações, a especialista sugere algumas opções seguras para os tutores de animais de estimação:
- Osso Natural: Passa por um processo de desidratação e não é cozido, o que o torna seguro para dar ao cão imediatamente após a compra em uma loja de animais.
- Chifres e Outras Partes de Animais: Semelhantes aos ossos naturais, esses petiscos passam por desidratação e não contêm produtos químicos. Eles são duráveis, mas devem ser descartados quando ficarem muito pequenos.
- Ossos de Nylon: São uma opção segura, pois não têm cheiro, não geram sujeira e não apresentam riscos. Podem até ser lavados e reutilizados.
É importante ficar atento aos ossos artificiais disponíveis no mercado, pois, embora populares, são considerados pela veterinária como o “pior fast food” para cães. Esses ossos são fabricados a partir de aparas de couro bovino e não são provenientes da indústria alimentícia, mas sim da indústria de calçados.
“À medida que o cachorro mastiga, esses ossos artificiais amolecem e podem se transformar em uma gelatina que o cachorro pode engolir, representando um risco de obstrução perigosa no sistema digestivo”, alerta Sakavicius.
Portanto, ao escolher petiscos à base de ossos para seu cão, é crucial priorizar a segurança e o bem-estar do animal, optando por opções naturais e seguras que não representem riscos à saúde dele.