Pais pressionam GDF para manter processo de oralização de surdos na Educação Pública

Redação TEV
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Crianças com deficiência auditiva que conseguem se comunicar verbalmente, também conhecidas como "oralizadas", veriam suas vidas impactadas por qualquer interrupção nesse programa.

Os pais das crianças surdas foram surpreendidos com a notícia de que a SEEDF não planeja renovar o acordo em sua totalidade

Pais de crianças surdas estão intensificando esforços para garantir a continuidade do processo de oralização de seus filhos na educação pública do Distrito Federal.

Recentemente, a Secretaria de Educação do Distrito Federal (SEEDF) propôs mudanças em um acordo de cooperação com o Centro Educacional da Audição e Linguagem Ludovico Pavoni (CEAL-LP), que oferece serviços educacionais a crianças com deficiência auditiva.

Na quarta-feira (13/9), a Associação dos Pais e Amigos do CEAL (APAC) enviou um ofício à SEEDF, solicitando a manutenção do acordo atual, que prevê a alfabetização por meio da oralidade para crianças com deficiência auditiva. O acordo está programado para encerrar em dezembro, após 60 meses de vigência.

As crianças com deficiência auditiva que sabem se comunicar pela fala, chamadas de oralizadas, estão em processo de aquisição da Língua Portuguesa em suas modalidades escrita e oral. Descontinuar o programa teria consequências significativas para toda a vida dessas crianças.

A interrupção do programa afetaria a alfabetização de pelo menos 70 crianças durante os cinco anos de duração do acordo.

A aprendizagem dessas crianças está em constante evolução, e qualquer alteração no programa pode afetar a inserção delas em todos os ambientes que já vinham sendo trabalhados, tanto dentro quanto fora da escola. Os pais estão preocupados com a possibilidade de interrupção desses avanços.

A discussão sobre a concepção da surdez na sociedade tem raízes antigas e envolve debates teóricos sobre as melhores abordagens educacionais. Enquanto alguns defendem o método oralista, que enfatiza a integração do surdo à sociedade por meio da fala e da leitura labial, outros apoiam o uso da Língua Brasileira de Sinais (LIBRAS) como uma forma legítima de comunicação.

A falta de intérpretes de LIBRAS, professores com conhecimento operacional na língua de sinais e a ausência de domínio da LIBRAS por parte dos alunos ouvintes prejudicam o acesso dos alunos surdos aos conteúdos acadêmicos e às interações sociais, afetando seu desenvolvimento.

As crianças com deficiência auditiva que conseguem se comunicar verbalmente, conhecidas como “oralizadas”, estão em um processo constante de aprendizado da Língua Portuguesa, tanto em suas formas escrita quanto oral. Qualquer interrupção nesse programa pode acarretar impactos de longo prazo em suas vidas.

Essas crianças estão em constante evolução em seu processo de aprendizagem. Qualquer modificação no programa atual pode afetar negativamente sua capacidade de se integrar em todos os ambientes nos quais já vinham sendo ativamente incluídas, tanto dentro quanto fora da escola. A continuidade desse programa é essencial para garantir que essas crianças tenham as oportunidades necessárias para se desenvolver plenamente.

Os pais estão empenhados em garantir que seus filhos continuem a receber educação que atenda às suas necessidades específicas e que promova um ambiente inclusivo na educação pública do Distrito Federal.

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