Pesquisadores da renomada Universidade de Berkeley, na Califórnia, alcançaram um feito notável ao recriar a icônica música “Another Brick in the Wall” da banda Pink Floyd, utilizando dados obtidos a partir das gravações das ondas cerebrais de pacientes.
Neste estudo inovador, os cientistas analisaram os registros das ondas cerebrais de 29 indivíduos que estavam passando por procedimentos cirúrgicos para tratar epilepsia. Durante essas cirurgias, um trecho de três minutos da canção mais reconhecida do álbum “The Wall”, lançado em 1979, foi tocado para os pacientes. Enquanto os pacientes passavam pelas operações, a atividade cerebral deles era meticulosamente capturada por meio de eletrodos posicionados diretamente em seus cérebros.
Esses dados posteriormente foram processados por algoritmos de inteligência artificial. Embora o som resultante possa soar um tanto abafado, é possível identificar de maneira clara o verso “All in all, it’s just another brick in the wall”, assim como a melodia e o ritmo da música recriada. O neurologista Robert Knight, autor principal do estudo, comparou o som ao de alguém cantando debaixo d’água.
Essa incrível conquista científica pode ter implicações significativas para a melhoria da musicalidade natural da fala em pessoas que enfrentam enfermidades neurológicas, como a esclerose lateral amiotrófica (ELA), que afeta a capacidade de comunicação.
Os resultados deste estudo não apenas demonstram a poderosa interseção entre música, neurociência e tecnologia, mas também apontam para um futuro promissor em que a compreensão das complexas interações cerebrais poderá levar a avanços notáveis no campo da reabilitação neuromusical.
