Por Trás do Debate: Quantidade de Servidores Públicos e os Custos deles para o Brasil

Redação TEV
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Reforma Administrativa abre caminho para uma avaliação mais criteriosa dos serviços prestados, promovendo um alinhamento entre o custo do serviço e sua qualidade.

No Brasil, salários e previdência dos servidores públicos chegam a quase 15% do PIB, sendo maior do que o do Chile, México ou da Inglaterra.

O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) realizou um estudo para examinar a realidade do Estado brasileiro, buscando esclarecer a discussão sobre o suposto “inchaço” da máquina pública. Os resultados são surpreendentes e lançam luz sobre as complexidades do cenário nacional.

Em contrapartida ao senso comum, que muitas vezes aponta o Brasil como um país com uma quantidade excessiva de servidores públicos, o estudo do Ipea revela que o país tem, na verdade, uma proporção relativamente baixa de servidores em relação ao total de trabalhadores. Dos 91 milhões de trabalhadores brasileiros, apenas 11,3 milhões estão atuando no setor público, representando 12,45% do total.

Ao contrário do senso comum, estudo do Ipea revela que o país tem, na verdade, uma proporção relativamente baixa de servidores em relação ao total de trabalhadores.

Essa proporção se assemelha à do México, onde 12,24% dos trabalhadores atuam no serviço público, e é menor que a dos Estados Unidos, onde 13,55% estão no setor público. No entanto, o país fica atrás de nações europeias e outros países da América do Sul, como Chile e Argentina, em termos de porcentagem de servidores em relação à força de trabalho.

O estudo não abordou detalhes específicos, como o custo total dos servidores públicos no Brasil. Apesar de apresentar uma visão sobre o tamanho do setor público, não foi explorada a extensão dos gastos com salários e previdência, o que é crucial para uma análise mais completa da situação.

Por outro lado, conforme nota econômica feita pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) em 2020, o país apresenta um elevado custo com salários e previdência dos servidores, atingindo quase 15% do Produto Interno Bruto (PIB). Esse valor supera países como Chile, México e até mesmo a Inglaterra. Dessa forma, embora a população de servidores seja relativamente baixa em comparação com países desenvolvidos e algumas nações latino-americanas, não podemos afirmar que o Estado brasileiro não está inchado somente com base na análise do IPEA.

Os gastos com servidores podem representar um desafio significativo para o país, impactando a economia e as finanças públicas.

A disparidade não está no tamanho do Estado em termos de prestação de serviço, mas sim nos gastos. O Brasil se posiciona como o sétimo país que mais gasta com servidores públicos ativos e inativos, de acordo com a Confederação Nacional da Indústria (CNI). Os gastos com pessoal da União, Estados e Municípios representaram 13,4% do PIB em 2018, colocando o Brasil à frente de países desenvolvidos conhecidos pela ativa participação do Estado, como Suécia, França, Itália e Alemanha.

Outro aspecto relevante é a eficiência dos serviços prestados pelo setor público em relação ao custo. O retorno dos gastos com servidores nem sempre é condizente com o tamanho do investimento praticado no Brasil. Essa questão evidencia a importância de uma Reforma Administrativa para equilibrar os gastos, otimizar recursos e aumentar a eficiência dos serviços públicos oferecidos à população.

A Reforma Administrativa, atualmente em discussão no Congresso, pode representar uma mudança significativa no cenário do serviço público brasileiro. Através dela, é possível criar uma cultura de avaliação de desempenho mais rigorosa e transparente, estabelecendo padrões claros de atendimento que precisam ser atingidos.

Enfrentar lobbies e trabalhar para equiparar o nível de gastos com a média mundial são tarefas desafiadoras, mas essenciais para aumentar a eficiência do setor público no Brasil. Além disso, a Reforma Administrativa abre caminho para uma avaliação mais criteriosa dos serviços prestados, promovendo um alinhamento entre o custo do serviço e a sua qualidade.

Países com menor proporção de servidores públicos apresentam maior satisfação com o serviço público do que o Brasil.

Em suma, o estudo do Ipea oferece uma visão somente sobre o tamanho do Estado sem avaliar os custos dos servidores públicos no Brasil. O que traz à tona a importância de analisar não apenas o número de servidores, mas também os gastos associados e a eficiência dos serviços prestados. A Reforma Administrativa se apresenta como uma oportunidade para enfrentar desafios e buscar um equilíbrio que permita um serviço público mais eficiente e condizente com as necessidades da população.

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