Ao longo da última segunda-feira, 7 de agosto, o Itaú enfrentou falhas em seu sistema interno, resultando em instabilidades no aplicativo e no site. Apesar de ter confirmado a restauração dos serviços às 20h21 do mesmo dia, alguns usuários continuaram a relatar problemas no Twitter, indicando a persistência de instabilidades no aplicativo. O site DownDetector registrou 55 reclamações até as 10h08 desta terça-feira.
Em comunicado, o banco pediu desculpas e assegurou que seus canais estão de volta ao normal. “O Itaú pede desculpas pelo inconveniente causado a clientes e parceiros.”
Essa falha no sistema causou problemas para os clientes que pretendiam pagar contas, realizar saques de salários e executar transações durante o quinto dia útil de agosto. Segundo dados do Banco Central, o Itaú possui 99 milhões de clientes.
O banco afirmou que os clientes afetados pela instabilidade serão ressarcidos. Entretanto, uma falha desse tipo pode sobrecarregar outros canais de atendimento, causando desconforto aos consumidores. Assim, é vital que o banco apresente alternativas para seus clientes.
Conforme Ione Amorim, do Idec (Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor), uma eventual falha no sistema de um banco pode afetar outros canais de atendimento, gerando desconforto ao consumidor. Contudo, o banco deve disponibilizar soluções alternativas aos clientes.
“O banco deve oferecer meios adicionais para quitar débitos com fornecedores. Se o cliente tentar diversas possibilidades e não conseguir efetuar o pagamento, a compensação é justificada. Falhas podem ocorrer, mas é essencial minimizá-las”, afirma.
- AÇÕES A SEREM TOMADAS QUANDO O BANCO APRESENTA PROBLEMAS
REEMBOLSO DE MULTAS E JUROS POR CONTAS EM ATRASO:
Caso a indisponibilidade do sistema do banco impeça o pagamento de contas, o cliente pode entrar em contato com o SAC (Serviço de Atendimento ao Consumidor), a ouvidoria ou o gerente do banco para solicitar o reembolso das multas e juros cobrados devido ao atraso no pagamento.
No entanto, Lucas Sampaio, do escritório Abe Advogados e mestre em direito pela PUC-SP (Pontifícia Universidade Católica de São Paulo), ressalta que o cliente precisa comprovar não apenas o dano e o pagamento indevido, mas também que buscou soluções alternativas de boa-fé.
CLIENTES PODEM BUSCAR DIÁLOGO COM FORNECEDORES E SOLICITAR ISENÇÃO DE MULTAS:
Nos casos em que falhas atrasam o pagamento de contas, os consumidores podem dialogar com os fornecedores para obter isenções de multas.
Ione Amorim destaca a importância de reunir evidências, como capturas de tela ou protocolos de atendimento que evidenciem demora no tempo de resposta.
CADASTRO EM DÉBITO AUTOMÁTICO E TER MAIS DE UMA CONTA BANCÁRIA:
Lucas Sampaio sugere que cadastrar contas em débito automático pode ser útil para prevenir problemas em situações em que o banco apresenta problemas.
Além disso, possuir contas em mais de um banco é uma maneira de prevenir tal cenário, especialmente para contas essenciais. Ter uma segunda conta pode ser uma solução até mesmo em casos de fraude.
REGISTRO DE RECLAMAÇÕES NO BANCO CENTRAL OU NO PROCON:
Além de buscar soluções por meio do SAC ou ouvidoria do banco, os consumidores insatisfeitos podem registrar reclamações no Banco Central ou em outros canais de defesa do consumidor.
Os consumidores têm a opção de utilizar o site consumidor.gov.br [da Senacon], os Procons estaduais ou municipais para registrar queixas individuais. Casos mais amplos podem ser encaminhados ao Ministério Público.
No caso de empresas que não conseguiram efetuar o pagamento de salários ou duplicatas, a recomendação é buscar medidas legais.
Clientes prejudicados por falhas no sistema podem recorrer à Justiça, especialmente se não possuírem contas em outras instituições financeiras.