Quando uma empresa entra em processo de falência, os direitos trabalhistas dos empregados são protegidos pela legislação brasileira.

Brenno Ramos
Tempo de Leitura 5 min

Aqui estão alguns dos principais direitos dos trabalhadores nessa situação:

Salários e verbas rescisórias: Os empregados têm o direito de receber os salários e as verbas rescisórias (como férias vencidas, 13º salário e saldo de salário) até a data da decretação da falência. Esses valores são considerados créditos trabalhistas e têm prioridade no pagamento.

Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS): O empregador tem a obrigação de depositar o FGTS mensalmente em uma conta individual do trabalhador. Em caso de falência, o empregado tem o direito de sacar o saldo disponível em sua conta do FGTS.

Seguro-desemprego: Se o empregado for demitido em razão da falência da empresa e preencher os requisitos estabelecidos pela legislação, ele terá direito a solicitar o seguro-desemprego, desde que tenha cumprido o tempo mínimo de trabalho necessário.

Créditos trabalhistas: Os créditos trabalhistas, como horas extras não pagas, adicional noturno, comissões e outras verbas de natureza trabalhista, também são considerados créditos prioritários e devem ser pagos aos trabalhadores durante o processo de falência.

É importante ressaltar que, durante o processo de falência, o empregado pode ser afastado de suas atividades, mas ainda assim terá direito ao recebimento dos valores devidos. Além disso, é possível que o processo de falência resulte na venda da empresa ou na recuperação judicial, o que pode influenciar os prazos e as condições de pagamento dos direitos trabalhistas.

Caso o empregado não receba os valores devidos, é possível buscar auxílio junto à Justiça do Trabalho, por meio de uma reclamação trabalhista, a fim de garantir o pagamento dos direitos trabalhistas devidos pela empresa falida.

É fundamental que os trabalhadores estejam cientes de seus direitos e busquem orientação jurídica para garantir o recebimento dos valores a que têm direito.

É muito importante que os funcionários possuam toda a documentação necessária para garantir seus direitos em situações de falência. A carteira de trabalho com registro da empresa, contrato de trabalho, demonstrativos de pagamento, folhas de ponto e outros documentos comprobatórios são fundamentais para comprovar o vínculo empregatício e as verbas devidas.

Caso a empresa se recuse a pagar ou se omita quanto à rescisão do contrato conforme determina a lei, o trabalhador pode propor uma reclamação trabalhista. Nesse processo, serão apurados os valores devidos ao empregado.

No entanto, se a empresa já tiver ajuizado o processo de falência, o procedimento é diferente. O trabalhador deve entrar com a ação trabalhista contra o empregador normalmente. Após a definição dos valores devidos, o empregado não poderá exigir o pagamento dessas verbas nesse mesmo processo. Em vez disso, ele deve informar o valor devido a ele pela empresa no processo de falência.

A justiça dá prioridade ao pagamento das dívidas decorrentes da relação de trabalho, considerando que as verbas trabalhistas têm caráter alimentar, ou seja, garantem o sustento e a sobrevivência digna do trabalhador e de sua família.

No entanto, mesmo que seja indiscutível que o trabalhador demitido de uma empresa falida tenha direito a todas as verbas rescisórias mencionadas anteriormente, o efetivo pagamento desses direitos pode ser complicado. Quando uma empresa declara falência, é provável que ela tenha um grande volume de dívidas e pouco dinheiro em caixa para efetuar os pagamentos devidos adequadamente.

O encerramento das atividades de uma empresa falida é, na maioria das vezes, um momento conturbado. Como resultado, os trabalhadores envolvidos nessa situação podem passar por uma experiência desgastante. No entanto, é fundamental que eles não deixem de buscar seus direitos e ajam para garantir o recebimento das verbas trabalhistas devidas.

Nesses casos, é aconselhável que o trabalhador busque orientação jurídica especializada para entender as particularidades do processo de falência e como melhor proceder para garantir seus direitos trabalhistas.

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