Reação do mercado às investigações na Americanas (AMER3)

Ana Priscila
Ana Priscila
Tempo de Leitura 3 min

As ações da Americanas (AMER3) apresentaram uma resposta relativamente estável após a operação da Polícia Federal envolvendo ex-diretores da varejista em uma investigação sobre fraude contábil bilionária. Apesar da volatilidade típica dos papéis de baixo valor nominal, que podem ter grandes variações percentuais com variações de centavos, as ações oscilaram entre alta (+2,5%) e baixa (-2,5%) de um centavo ao longo do dia, encerrando o pregão estáveis a R$ 0,40.

Desde a revelação da fraude contábil em 11 de janeiro de 2023, as ações da empresa já caíram cerca de 97%, tendo sido cotadas a R$ 12 na sessão anterior à divulgação do escândalo. Recentemente, a companhia aprovou um grupamento de ações na proporção de 100 para 1, com vigência a partir de 17 de julho.

A movimentação das ações hoje reflete um menor interesse do mercado pelos ativos da Americanas após os desdobramentos que levaram à recuperação judicial, com os investidores aguardando o desenvolvimento do plano de recuperação da empresa antes de reconsiderarem suas posições nos papéis.

A operação da Polícia Federal incluiu o cumprimento de mandados de busca e apreensão em residências de ex-diretores da varejista no Rio de Janeiro. Dois ex-executivos alvos de mandados de prisão não foram localizados, estando fora do país e listados na Interpol.

Em comunicado, a PF mencionou indícios de crimes como manipulação de mercado, uso de informação privilegiada (insider trading), associação criminosa e lavagem de dinheiro, com penas potenciais de até 26 anos de reclusão para os envolvidos, se condenados.

A Associação Brasileira de Investidores (Abradin), através de seu presidente Aurélio Valporto, enfatizou a importância de punições rigorosas para esse tipo de crime no Brasil, visando preservar a integridade e a credibilidade do mercado de capitais nacional.

Em resposta, a Americanas reiterou sua confiança nas autoridades responsáveis pela investigação, destacando ter sido vítima de uma fraude de resultados perpetrada pela gestão anterior, que manipulou os controles internos de forma fraudulenta. A empresa afirmou aguardar o desfecho das investigações para buscar responsabilização judicial dos envolvidos.

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