Remédio para pressão alta: veja principais tipos e como tomar

Brenno Ramos
Tempo de Leitura 6 min

A pressão alta, também conhecida como hipertensão, é uma das principais doenças que afetam os brasileiros. Quando diagnosticada ou quando são observados sintomas relacionados a essa condição, é comum buscar por remédios para controlar a pressão alta, uma vez que ela pode ser perigosa.

A pressão arterial refere-se à força que o sangue exerce nas paredes das artérias quando é bombeado pelo coração. Ela não pode ser muito baixa, pois não haverá força suficiente para o sangue circular pelo corpo, nem alta demais, pois pode danificar as artérias e causar problemas como pequenos sangramentos, AVCs, infartos e isquemias.

A medida ideal da pressão arterial é conhecida como “12 por 8”, e considera-se alta quando ela é igual ou superior a 14 por 9. Geralmente, quando esses valores são atingidos, é necessário tomar medicamentos para tentar controlar esses números e retorná-los aos valores ideais, e existem diversas opções disponíveis.

Aqui estão os principais tipos de remédios para pressão alta:

  1. Diuréticos: esses medicamentos reduzem o excesso de água e sódio no corpo, diminuindo a quantidade de líquido circulante nas veias e artérias e reduzindo o impacto do sangue em suas paredes. Os diuréticos são frequentemente prescritos como uma das primeiras opções de tratamento devido ao baixo custo, boa tolerabilidade e geralmente são tomados apenas uma vez por dia. Eles podem ser do tipo tiazida, alça ou poupadores de potássio.
  2. Bloqueadores dos canais de cálcio (BCC): esses medicamentos impedem que o cálcio entre nas células do coração e das artérias, permitindo que os vasos relaxem e se dilatem. É importante evitar o uso de BCCs em pacientes com insuficiência cardíaca com fração de ejeção reduzida. Alguns exemplos de medicamentos BCC terminam com o sufixo “ipina”, como nifedipina, amlodipina, nicardipina, felodipina e lercanidipina.
  3. Inibidores da enzima conversora de angiotensina (IECA): esses medicamentos ajudam no relaxamento dos vasos sanguíneos, impedindo a formação da angiotensina, uma substância que estreita os vasos. São indicados em muitos casos, especialmente quando há comprometimento da função cardíaca. Exemplos de medicamentos IECA incluem captopril, enalapril e lisinopril. Eles são contraindicados para pessoas com apenas um rim ou com disfunção renal.
  4. Bloqueadores dos receptores da angiotensina II (BRA): esses medicamentos também agem na angiotensina, mas bloqueiam sua ação. A administração desses medicamentos reduz a pressão arterial sistêmica para valores normais em aproximadamente metade dos pacientes hipertensos. Alguns exemplos de medicamentos BRA são losartana, valsartana, candesartana e telmisartana.
  5. Betabloqueadores: esses medicamentos bloqueiam os efeitos da adrenalina (epinefrina), fazendo com que o coração bata mais devagar e com menos força. Eles são contraindicados para pessoas com asma, doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC) e bloqueio atrioventricular de segundo e terceiro graus. Estudos antigos costumavam indicá-los para gestantes. Um exemplo de betabloqueador é o propranolol.

É comum o uso de mais de um tipo de medicamento ao mesmo tempo para controlar a pressão alta. Essa abordagem combina diferentes formas de reduzir a pressão arterial, aumentando a eficácia do tratamento e ajudando a reduzir os efeitos colaterais, tanto pela redução da dose de cada medicamento quanto pela ação complementar entre eles. Normalmente, o paciente começa o tratamento com um medicamento e, posteriormente, outro medicamento é adicionado. Por isso, é comum que o medicamento inicial seja escolhido levando em consideração uma possível associação futura.

Gestantes podem tomar medicamentos para hipertensão, mas existem tipos de medicação mais indicados para elas, como os betabloqueadores. A maioria dos outros medicamentos não foi testada em gestantes, então não se sabe se podem causar problemas. É importante seguir as orientações médicas nesses casos.

Além do uso de medicamentos, existem cuidados que podem ser tomados em casa para ajudar no controle da pressão alta. Embora esses cuidados geralmente não revertam a condição, eles auxiliam na regulação da hipertensão, evitando a necessidade de aumentar rapidamente a dose do medicamento. Alguns desses cuidados incluem evitar alimentos ricos em sódio, preferir alimentos com menor densidade calórica e preparações menos calóricas, e praticar atividades físicas regularmente. Embora existam diversas indicações de remédios caseiros na internet, como suco de laranja, suco de limão com alho, chá de alho e chá de hibisco, não há comprovação científica de sua eficácia. Esses alimentos podem ser consumidos como parte de uma dieta saudável, mas não devem substituir a medicação prescrita pelo médico.

É importante ressaltar que a automedicação não é recomendada em casos de pressão alta. A escolha do medicamento adequado, a dosagem correta e o monitoramento da pressão arterial devem ser feitos por um profissional de saúde, como médico ou cardiologista, que irá considerar o histórico clínico e as características individuais de cada paciente.

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